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Título: Alguém, por aí, já encontrou a moeda de um lado só
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 24/03/2000
 

"O sorriso custa menos do que a eletricidade e, acredite, ilumina almas e mentes." (Provérbio escocês)

01. Às vezes, a vida nos impõe limites. Aquele negócio não era tão bom assim, o emprego por um fio, a duplicata que venceu, a discussão inevitável, o carro roubado, os documentos perdidos, o não quando tudo o que se desejava era ouvir um sim... O sonho de ser feliz parece nos escapar pelos vãos dos dedos. Um pesadelo de arrebentar o coração, especialmente para quem, como nós, não tem a verve do prefeito Celso Pitta de manter o terno impecável, a voz empostada, o sorriso transgênico e o cartaz sempre à mão, com o patético: negro, humilde e trabalhador contra a poderosa Rede Globo.

02. Por vezes, a vida nos pede uma pausa. Um olhar mais alongado para o horizonte. Uma visão mais delicada para nós mesmos, e tudo o que nos cerca. É certo que nunca teremos respostas para aquelas questões transcendentais (de onde viemos?, o que somos?, para onde vamos?). No entanto, vale ficar atento e repensar nossos conceitos de vida e sobre as pessoas. Existe sempre um bom motivo para você se sentir culpado. Vale refletir. Alguém, por aí, já encontrou a moeda de um lado só? Então, cara, há sempre o outro lado...

03. Quer ver? O presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, cogitou nesta semana o nome do ministro Pedro Malan para presidente da República. Houve quem se indignasse com a proposta: justo o homem do FMI pra presidente, que é isso, meu. Houve, porém, quem se divertisse com a idéia. Não pode ser sério. O ACM está de gozação. Tá querendo chutar o pau da barraca do FHC. Justo o Malan que não pode nem ouvir falar em povão. Uma pela outra, convenhamos, a piada está bem mais próxima da realidade...

04. Essa briga atávica entre Maluf e o governador Mário Covas não tem um lado revelador. Imagine os dois enfrentando-se 40 anos atrás pela liderança do Grêmio Politécnico. Dois turrões a se trombarem vida afora... Concordo que, quase sempre, somos nós que pagamos a conta dessas rusgas infindáveis. Mas, que expõe facetas pouco conhecidas de nossos governantes (ambos com filhos envolvidos em escândalos de corrupção)...

05. Outra questão curiosa: a briga pelo salário mínimo. Não é notável saber que míseros 170 paus para trabalhadores, aposentados e pensionistas podem quebrar a Previdência, inviabilizar o projeto neo-liberal de desenvolvimento, levar o País a bancarrota. Sempre somos os culpados. Enquanto isso, nas hostes da Justiça, auxílio-moradia é básico, 3 mil reais. E os juízes até pensaram em fazer greve porque o teto para o funcionalismo (em torno de 12 mil) não se mostra assim tão razoável. Sei que são águas passadas, e nem entendo porque estou batendo na mesma tecla. Mas, é sempre bom recordar. E mandar o aviso: a gente continua atento, querendo mais e com uma irrevogável vocação para ser feliz...

06. E felicidade, pense bem, na maioria das vezes não passa por esse departamento. Segue na direção do cotidiano. É saber, por exemplo, da recuperação daquele garoto que sofria do coração e saiu da mesa de operação mandando beijos para as enfermeiras. Rever um velho amigo e reconhecer que sempre estivemos próximos e o tempo foi generoso com ambos. Olhar a placidez de um lago na manhã de um dia nublado quando o coração anda aos pulos. É rever o filme "O Carteiro e o Poeta" e se emocionar ainda mais com as sutilezas da vida. Ouvir Djavan e lembrar a voz ao telefone, dizendo estar com muita saudade. É saber que em mais esta sexta-feira estamos juntos (e sempre estaremos), pois os sonhos não envelhecem...

 
 
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