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Título: Uma breve história... *
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 23/06/2009
 

Em 1918, a Associação Brasileira de Imprensa realizou o I Congresso Brasileiro de Jornalistas. Uma das questões em pauta: a necessidade de que os jornalistas tivessem uma formação de nível universitário. Entre outros motivos, para evitar que oportunistas tirassem proveito da credibilidade que a profissão começava a conquistar como legítima mediadora das demandas sociais.

Foi o primeiro passo de uma longa jornada. Em 27 de setembro 1939, o cronista Rubem Braga saudou a idéia de se criar a primeira escola de jornalismo no Brasil, com sede na cidade do Rio de Janeiro. Escreveu a crônica chamada de Doutores Jornalistas em que descreve a convivência entre os velhos jornalistas e o que chamou de futuros novos doutores. As primeiras escolas de jornalismo começaram a surgir em fins dos anos 40.

Os anos 60 ficaram marcados pelo empenho dos jornalistas e das entidades representativas na construção de uma regulamentação profissional, tendo à frente expoentes como os jornalistas Freitas Nobre e Ari Silva. Em 1969, no bojo de uma ampla reforma educacional, foram criados os cursos de comunicação – e implantou-se a exigência do diploma universitário, habilitação em jornalismo, para exercício da profissão. Essas conquistas foram, posteriormente, ratificadas pela Constituição de 1988.

Nenhum fragmento dessa longa história de conquistas sensibilizou a oito dos doutos senhores do Supremo Tribunal Federal, que preferiram tergiversar sobre “o exercício amplo das liberdades de expressão e informação” – outro ponto de luta secular dos jornalistas.

Além de lamentar o tom depreciativo de alguns pareceres, nada se perdeu. Diria mesmo que pouco irá se transformar. Pois, os pilares do bom Jornalismo - o respeito à verdade factual, a postura crítica e fiscalizadora - assim como as técnicas multimídias, as teorias da Comunicação, os rigores éticos da profissão, entre outros conteúdos humanísticos continuaram a ser matéria de estudos e aprendizagem nos bons cursos de jornalismo em nível superior, como bem preconizou nosso maior cronista, Rubem Braga.

Nas últimas quatro décadas, o jornalismo brasileiro perfilou-se entre os melhores do mundo, inclusive como um dos esteios da redemocratização do País. Para tanto, foi de vital importância o trabalho de duas gerações de jornalistas formados pelas faculdades de jornalismo – muitos dos quais, egressos do curso da Universidade Metodista de São Paulo, que figura, em âmbito nacional, entre os mais bem conceituados.

No que depender de nós, essa História não vai se perder...

* Publicado hoje no Diário do Grande ABC

 
 
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