Não são as paellas – famosas e muito saborosas.

Nem as igrejas que aparecem ora aqui ora ali a enfeitar as ruas de traçado plano e regular.

Ao perambular sem rumo e sem prumo po Valência, o que mais chama a atenção são as mulheres com seus cabelos cortados, recortados, picotados, armados, encaracolados, arranjados, com franja ou sem, em tons de cores mil.

Não param por aí as excentricidades das moças.

Neste outono primaveril, as roupas também revelam um estilo peculiar.

Há o predomínio do short de jeans esfiapado, curto, sobre as meias cumpridas em tom escuro ou preto mesmo, como é de praxe também por aqui. Quando não, elas assumem a ousadia de deixar à mostra as pernocas brancas, de espantar.
No Brasil, onde reina a brejeira morenice, seria uma heresia.

Aqui, perdoem-me a indiscrição, ninguém reclama.

Ao contrário.

Os olhares dos marmanjos – se bem os entendo – são de gulosa aprovação.

Há um consenso – não registrado em Guiness Book algum – de que a mulher mais bonita do mundo é a brasileira.

Quem sou eu para questionar tal acertiva que aliás deu origem a um samba famoso de Benito de Paula – quem se lembra?

Dizia assim o refrão:

“Agora, chegou a vez vou cantar
Mulher brasileira em primeiro lugar”

Em todo caso, por merecimento e justiça, creio que posso incluir as valencianas entre as primeiras de um suposto ranking.

Como não sou dado às injustiças – e apesar da derrota desta semana para Portugal por 4x0 – diria mesmo que as mulheres espanholas, assim como a seleção nacional, vivem uma fase esplendorosa.