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Título: O apagão do governo FHC
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 18/05/2001
 

"FHC é meu pastor. Tudo me faltará" (Frase estampada num adesivo colado ao pára-brisa de um Palio, que circulou pela rua Bom Pastor na quarta-feira, horas depois do Governo anunciar que o racionamento entrou em vigor)

01. Olha a que ponto chegamos. Tanto falaram em modernidade, globalização, website, em potência mundial. Tanto discursaram, viajaram pelo mundo, disseram que faziam e aconteciam -- e, ao final do segundo mandato, qual a realidade deste Brasil tucano, aquele mesmo que já foi lindo e trigueiro. Bem, a realidade é esta mesma: escândalos políticos, dólar em alta, inépcia administrativa, submissão ao FMI, privatizações a preço de banana, sucateamento do nosso parque industrial, rédeas curtas para a Economia e o desemprego que gera a miséria e o descrédito popular. Agora, bem, agora começamos a vivenciar o Brasil dos racionamentos e apagões...

02. Como de hábito, a mídia invertebrada vai anunciar aos quatro cantos que os maus hábitos da nossa gente determinaram a falência das reservas energéticas. Também não faltará autoridade a se isentar de qualquer culpa (ninguém lhe disse nada) e a queixar-se de que São Pedro não ajudou e temos uma das maiores estiagens da história e cousa e lousa e mariposa, como dizia o velho e saudoso Adoniran Trem das Onze Barbosa.

03. Mas, não é preciso ser um grande observador da cena política brasileira para entender. O Governo FHC ficou todo o primeiro mandato tendo como prioridade a aprovação da emenda que permitiu a reeleição do presidente. Depois, apontou a alça de mira para as privatizações que, no seu entender, enxugariam a máquina do Estado e lançariam bases para o Brasil primeiro-mundista que todos almejam.

04. Para que esses planos -- e o maior deles, que é a preservação do tucanato no Poder -- se viabilizassem, armou uma grande aliança de centro-direita que o sustenta até hoje. Um exemplo gritante revelou-se a votação que arquivou, semana passada, a CPI da corrupção. Foi preciso muito jogo de cena e outros tantos acertos políticos para que blocos tão díspares se mantivessem coesos na defesa de um único interesse: a preservação dos ideais governamentais -- e que não são necessariamente os da nossa gente.

05. É lastimável que tudo isso venha ocorrendo. Não é de hoje que os discursos oficiais não sintonizam a realidade das ruas. Chega a ser desolador o retroceder aos tempos das trevas. Não é nada tanto assim -- dirão os otimistas de plantão. Sem medo de exagerar, diria que é diferente, quer dizer: é muito pior. Mas, esperar o quê de um governo que só fez aumentar a carga de impostos e inviabilizar o setor produtivo?

06. Houve um tempo em que se dizia que a melhor saída para o País era a do aeroporto. E que o último que saísse deveria apagar a luz. Hoje, nem isso seria preciso. A que ponto chegamos...

NR: Outra da série "a que ponto chegamos". A cena emblemática dos tempos em que vivemos: o traficante é levado ao Senado para ser interrogado por ilustres parlamentares -- pagos regiamente com o nosso dinheiro -- que são sumariamente ignorados pelo dito cujo, com piadinhas, ironias e obviedades sem fim. Um desperdício de tempo, dinheiro e energia...

Outra da mesma série: em tempos de racionamento, a rua do Manifesto permaneceu durante toda a quarta-feira com as luzes dos postes acesas. E até às 13 horas de ontem assim permaneciam... Vamos economizar, gente!

 
 
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