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Título: Os 2 Jorge(s)
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 06/04/2013
 

Seo Jorge e Jorge Benjor apresentam-se hoje no Estância em show que deve levar milhares de jovens – e alguns coroas, por que não? – ao Alto da Serra, em São Bernardo do Campo. Afinal, é acima de tudo um encontro de gerações e estilos diferenciados e personalíssimos de fazer, cantar e dançar o que Nélson Motta chamou de música pra pular brasileira.

Cada qual com o seu estilo, os caras são feras.

Não sei de quem foi a feliz ideia de juntá-los. Se foi o pessoal do Estância (que tem uma tradição de shows dos breganejos) ou dos empresários dos artistas. Sei que a iniciativa é das mais preciosas, pois ‘amarra’ pontas relevantes da ‘pretitude’ (o termo é da Sandra de Sá) que tanto caracteriza o DNA do cancioneiro popular contemporâneo.

II.

No início dos anos 60, Benjor (à época, Jorge Ben) inaugura um jeito único de fundir o samba à bossanova, com um tempero do baticum africano. É o primeiro artista a trafegar pela ponte África-Brasil, de olho atento na modernidade. Vame lembrar que o disco de estreia “Samba Esquema Novo” completa, neste 2013, nada menos que 50 anos de existência – é o álbum que reúne os clássicos eternos “Mas Que Nada”, “Chove Chuva”, “Por Causa de Você, Menina”, “Balança Pema”, entre outros.

Depois disso, Benjor viajou por diversas correntes – Jovem Guarda, Tropicalismo, word music – sem perder o jeito próprio de cantar e fazer canções. É um dos nomes brasileiros de maior reconhecimento internacional.

III.

Seguramente, Seo Jorge bebeu um tantinho dessa fonte para compor a persona que, a partir dos anos 90, desenvolve uma sólida carreira – ora flertando com a grande mídia, ora fora dela – e emplacando um sucesso atrás do outro. O mais recente é a música-tema da novela das oito que começa às nove: “Salve Jorge”.

Também ele se vale fundamentalmente da originalidade. Tem um pé no samba, participa do carnaval na Bahia, faz incursões pelo cinema como ator e duetos com Caetano, Pagodinho, Ana Carolina e por aí vai...Mas, quando solta o vozeirão, todos sabem que Seo Jorge está em cena.

IV.

Para a festa de hoje ficar completa, deveriam chamar o negro-gato, Luiz Melodia, outro que faz um caminho alternativo e peculiar, desde que surgiu, nos anos 70, com a incrível “Pérola Negra”.
Seria demais vê-los os três divididindo o mesmo palco.

V.

Reconheço, no entanto, que, para bolar um espetáculo desses, os caras teriam que ser historiadores da MPB – e não simplesmente promotores de shows. E, para ser bem sincero, desconfio que nem o Nélson Motta pensou nessa belíssima possibilidade...

 
 
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