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Título: Toques e retoques musicais
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 19/04/2002
 

"Aquela estrela é dela, vida-vento leva-me daqui" (Fagner e Belchior)

01. Começo hoje com um dos versos da canção Mucuripe desses dois notáveis compositores cearenses -- já entrados nos 50 e muitos e um tanto afastado da mídia -- para ver se a coluna vai até o final de uma forma mais light. Penso em você, caro leitor, que semanalmente nos acompanha e não quero aborrecê-lo logo nessa hora do dia. Ao longo desses 20 e poucos anos de existência, nosso encontro semanal trata das coisas da vida que, invariavelmente, nos enchem de alegria ou tristeza. Seria oportuno dizer -- se é que já não disse em edições anteriores -- que o refrão de um velho samba (Coisas do Mundo, Minha Nega) de Paulinho da Viola foi o mote inspirador da coluna lá pelas quebradas de 79, quando Caro leitor virou uma seção fixa em Gazeta do Ipiranga. Queríamos falar de coisas sérias, mas não de uma forma sisuda. Como ensinou o poeta: as coisas estão no mundo, só que eu preciso aprender.

02. É o que tentamos fazer desde então. Mas, hoje, tenho dois motivos especiais para cantar/escrever. O primeiro: de alguma forma, quero repartir com você a satisfação do pessoal de GI às vésperas da edição especial que circula na próxima semana e que vai reverenciar os 44 anos do jornal. O segundo (e o que não gostaria de esganiçar, mas é dever de ofício fazê-lo) é que vi na TV a expressão de fastio do ministro Malan, alertando à Imprensa (e por conseguinte, à toda Nação): o Governo não abre mão da dinheirama da CPMF. Se não houver rapidinho, rapidinho a aprovação do imposto pelo Congresso (por querelas político-eleitorais), o governo vai fazer a catança por outros meios. O aumento do IOF já foi anunciado, mas os homens de preto de Malan ameaçam invadir outras searas igualmente férteis e arrchar ainda mais a Economia. Inventar impostos é tudo o que fazem...

03. Pois é. Mais um ano se passou -- frase da canção de Cassiano, A Lua e Eu -- e nós, aqui em GI, de olho no mundo, querendo aprender, para mudar (sempre que necessário) e se fazer melhor. Olho na comunidade que nos acolhe e empresta tão honroso nome. Mas, o foco maior é voltado para o que entendemos chamar de
bem comum, a prestação de serviço e a ajuda para que o País retome a linha do desenvolvimento e possa fazer valer o conceito de justiça social a todos os brasileiros. Era assim em 26 de abril de 1958, continuamos assim hoje...

04. Só que, do outro lado, vemos uma realidade desafinada e governantes insensíveis à voz rouca que vem das ruas. Eles tratam com muita arrogância das coisas que estão no mundo. Ou seja, não aprendem e, pior, não querem aprender. Vejo, com arrepios e achatamentos d’alma, governantes ou assessores do governo (seja ele, municipal, estadual ou federal) falar de feitos e realizações com absoluta convicção de estão consertando o mundo. Mas, não é preciso sequer completar uma volta no quarteirão para constatar que a miséria está em todas as partes e é cada vez maior. Nessa triste toada, os acordes da violência urbana são ainda mais lancinantes e soam alto, aterradores antes mesmo que viremos a próxima esquina.

05. Assusta-nos também o espectro da Argentina que revela a decadência de toda uma Nação e, mais grave, a falta de perspectiva de um povo que já foi altaneiro. É aterrador, da mesma forma, o modo subserviente como a mídia brasileira tratou (e trata, salvo raríssimas excessões) o caso Hugo Chaves, presidente empossado da Venezuela. Em ambos os casos, há temores de que possa acontecer o mesmo por essa plagas benditas, e maladiministradas. Surge a possibilidade de que as próximas eleições possam açodar ânimos e sensos -- e a lisura do próxima pleito fique prejudicada. A questão econômica -- especialmente a política cambial -- e os meios de comunicação terão papel fundamental na escolha do próximo presidente. E o cenário da disputa, pelo que já se pôde observar, será de desfaçatez, ameaça e manipulação da informação -- aliás, já tivemos uma pequena mostra no episódio da ex-futura candidata Roseana Sarney.

06. O eleitor deve ficar atento, mas não está livre de incorrer em outro eventual erro crasso. Pois, à medida que o tempo passa, vem aí o Vale Tudo eleitoral pela manutenção e conquista do Poder. Ah! é bom lembrar que, apesar deste ser um Caro Leitor cantante, não me refiro aquela sacudida soul-music do venerando Tim Maia, onde ele diz que só não pode dançar homem com homem, nem mulher com mulher. O pior é que o resto vale...

 
 
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