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Título: Era uma vez um verão
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 27/01/2014
 

Lembrou o verão de 1983.

Não queria, mas lembrou por conta da onda de calor que ora se espalha sobre a cidade.

Não soube dizer se aquele foi tão quente quanto o atual.

Mas as tardes se faziam ensolaradas. As noites, quase um delírio.

Todos às ruas, pois era insuportável permanecer em ambientes fechados.

Ar condicionado era uma raridade.

E os ventiladores não davam conta de tanta quentura.

II.

E lá se vão 30 anos...

Muito tempo, tempo suficiente para se perder na memória.

Não fosse o fato que ele também andava na casa dos 30.

Jovem, portanto. Algo inconsequente, um promissor futuro profissional pela frente – e melhor que tudo, estava apaixonado e era correspondido.

Por instantes, não soube explicar o que era mais intenso, mais ardente: o calor dos dias ensolarados ou paixão recém descoberta e que, tolamente, imaginou para a vida toda.

III.

Que época aquela, rememorou com tantinho de saudade!

Aquele ano, então, foi massa.

O Brasil respirava ares de redemocratização, após quase 20 anos de ditadura militar.

Andava eufórico.

Era cada vez mais frequentes nos bate-papos do Espaço Pirandelo, o bar de descolados na rua Augusta, a ideia de eleições diretas para presidente da República.

Quem diria, as vozes das ruas se faziam ouvir.

IV.

Acreditava-se na força de um Novo Brasil.

O esporte e a música davam a pista.

Nélson Piquet sagrou-se campeão mundial de Fórmula 1.

E o Grêmio, campeão mundial no Japão.

A música popular brasileira viveu um ano encantado. Caetano cantava “Você é Linda” mais que demais. Chico, inspiradíssimo em “Beatriz”, a que diz que “para sempre é sempre por um triz”. A Blitz estava a dois passos do paraíso, “talvez eu fique por lá”. Alceu Valença gravou “Anunciação”...

(A nota triste daqueles dias foi a morte da cantora Clara Nunes no auge da
carreira.)

V.

Olhou ao redor.

Muitos dos atuais colegas de trabalho sequer eram nascido àquela época.

Sabem dos fatos pelos livros. Ou melhor, pelo You Tube...

Tentou um sorriso inútil, quando veio lhe à mente outra canção daqueles idos:

(“Como Uma Onda”, de Lulu Santos e Nélson Motta)

“Nada do que foi será do jeito que já foi um dia”.

 
 
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Autor: doris cristofani Data: 11/02/2014
.........."voltei" aos tempos idos com vc agora........

Sempre Perfeito nos "modos" e no "conteúdo".......

sdds...bjo
 
 
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