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Título: O mal que fazem à Nação...
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 01/11/1997
 

01. Mais do que qualquer outro período da nossa História recente, os 21 anos de Ditadura Militar ensinaram aos brasileiros que democracia é fundamental quando se almeja justiça social, quando se imagina o Brasil como nação contemporânea, livre e soberana, à espera de um novo século. Aliás, não há qualquer exagero em se pensar assim. Faltam menos de mil dias para o ano 2000.

02. Também nunca é demais ressaltar que os regimes autoritários estão condenados à extinção, felizmente. E, seja onde for, em qualquer lugar do mundo, não há como alguém em sã consciência sair em sua defesa como solução para o que quer que seja. A bem da verdade, desde a queda do muro de Berlim que a humanidade revê a sua História, com os olhos voltados num futuro promissor.

03. Explica-se o didatismo dos tópicos iniciais para que não paire qualquer dúvida sobre o que escreveremos a seguir. Pois, ainda não se "inventou" uma democracia que prescinda de políticos e governantes como instrumentos e porta-vozes dos anseios e reivindicações das grandes massas. E são exatamente esses camaleônicos senhores (hoje, falam em nosso nome; amanhã, legislam e deliberam inequivocamente em causa própria e contra o que antes prometeram) que têm colocado sob suspeita o secular conceito de um governo transparente do povo, pelo povo e para o povo.

04. O amigo leitor, atento aos fatos do dia-a-dia, já imagina: estamos falando da vergonha nacional que foi a votação em primeiro turno da reforma administrativa, tão importante para o realinhamento de um Brasil mais justo. Ela foi aprovada nesta quarta-feira, com 309 votos, um a mais do que o mínimo exigido para uma emenda constitucional. Mas, vai nos custar os olhos da cara. A vitória do relatório do deputado Moreira Franco só ficou assegurada depois que o presidente Fernando Henrique Cardoso, sentindo-se pressionado, comprometeu-se publicamente com acordo que garante para os parlamentares aposentados um rendimento extra ao teto salarial de 10,8 mil reais.

05. Mesmo à revelia da opinião pública, os parlamentares comemoraram a vitória em plenário. Havia motivos para tanto -- ao menos, para eles e os seus. A emenda do acordo duplica os 10,8 mil reais na medida em que permite aos ocupantes de cargos de confiança nos três Poderes e os detentores de mandato eletivo acumular uma aposentadoria ao salário. Lá se vão milhões de reais do erário público, já amplamente comprometido por outros tantos desacertos. E a tão sonhada reforma administrativa já não merece nossa inteira confiança.

06. Ou seja, compromete-se o todo pelos interesses de alguns, os privilegiados de sempre e seus asseclas. É constrangedor para nós, que os elegemos com nosso voto e confiança, acompanhar a pequenez de atos como esses, onde a ganância de alguns se transforma na pedra-de-toque dos projetos que forjarão o Brasil do futuro. O mais certo, talvez, fosse dizer no País sem futuro...

07. Será que esses senhores não têm consciência do mal que fazem à Nação?

 
 
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