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Título: Uma odisséia em Sampa
Autor: Rodolfo C. Martino - publicado em 05/01/2001
 

"A utopia está no horizonte: quando caminho dois passos, ele se afasta dois passos. Eu caminho dez passos e ele está dez passos mais longe. Para que serve a utopia? Serve para isso: para caminhar."

01. Mesmo o ouvinte mais atento seguramente não guardou todas as propostas enfileiradas por Marta Suplicy em seu discurso de posse como prefeita da maior cidade do hemisfério sul. Os diários de Sampa o publicaram na íntegra em letras minúsculas que lhes tomaram páginas inteiras e, lá pelas tantas, nos cansam os olhos, mas não nos tolhem a esperança de ver a cidade soerguida, limpa, aprumada para o novo milênio, como todos não se cansam de dizer nesses primeiros dias de janeiro.

02. Por dever de ofício, acompanhamos a cerimônia de posse da nova prefeita e, depois formos conferir, a cobertura que a Imprensa fez da posse e do primeiro dia de trabalho da prefeita. Sinceramente, não recomendaria ao leitor -- salvo um interesse mais específico -- um mergulho nesse amontoado de letrinhas que São Paulo inspirou, como amplo temário que é. No entanto, penso, que toda a perolação da nova prefeita tem como essência as reflexões do autor uruguaio Eduardo Hughes Galeano, em epígrafe acima, e que, de certo modo, alinhavaram o pronunciamento oficial, do princípio ao fim. Aliás, as citações de Galeano aparecem no início do texto e também ao final, onde Marta o parafraseou no que há de mais poético, e instigante: caminhante, não há caminho. O caminho se faz ao andar.

03. Marta citou, com muita propriedade, outros autores -- o pianista e compositor de jazz Thelonious Sphere Monk, o poeta concretista Augusto de Campos e o arquiteto e urbanista espanhol Jordi Borja Sebastià --, mas entendo que foi bem oportuna a escolha de Galeano. E explico: mais do que uma série do que planos, promessas, palavras, o que mais vai importar nesta combalida São Paulo é a postura que se tem diante dos problemas a serem enfrentados. Uma atitude para solucioná-los, e eu diria que até de forma emergencial. Esse gesto de amor à cidade precisa ser dado a cada passo e será essa atitude de despreendimento e mudança que vai fazer São Paulo dar a volta por cima -- como bem concluiu a prefeita.

04. Mas, esse dar a volta não significa que o paulistano tenha paciência para esperar pelos almejados dias melhores. Ele os quer, e já. Andamos desconfiados com os verdadeiros estelionatos eleitorais que nos foram impigidos, por isso não há tempo a perder. Caminhar é mais do que preciso. Realizar, também. E, por maior que seja a jornada, ela não existirá se não dermos o primeiro passo. A odisséia de transformar São Paulo num bom lugar para se ver já começou -- e não haverá lugar para quem insistir em não sair do lugar e deixar tudo como está... Andemos, pois...

 
 
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