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Uma pensata sobre o jornalismo hoje.
Permitam-me...
I.
O jornalismo vive um momento de transição em muitos pontos causado pelo imediatismo da informação, pela predominância dos veículos eletrônicos e pela interatividade entre o leitor e quem produz a notícia que o mundo digital disseminou.
II.
Há, inclusive, um novo gênero jornalístico em desenvolvimento – e que chama a atenção dos pesquisadores da área comunicacional: o jornalismo cidadão, participativo.Ou seja, o profissional de Imprensa não é mais o único mediador das demandas sociais. Os avanços tecnológicos equiparam uma grande massa de – outrora apenas – leitores que, dadas as circunstâncias, podem, eles próprios, se transformar em produtores de notícias.
Estão aí os blogs, os twitters e uma penca de engenhocas capazes de informar ao mesmo tempo que também se informam.
III.
Há ganhos e perdas nesses procedimentos.
Não cabe a discussão aqui e agora.
Cabe, sim, entender que as conquistas das novas tecnologias são irreversíveis.
IV.
Quando era diretora de Redação do Diário do Grande ABC, a jornalista Paula Fontenelle visitou uma série de jornais regionais americanos para ver como funcionavam. Descobriu que, na verdade, eram portais noticiosos para onde convergiam as notícias para as diversas plataformas: rádio, TV, impresso e on line. Quem produzia aquelas notícias? Repórteres setoristas que cobriam regiões específicas, municiados de equipamentos afins que sequer iam às redações no horário de fechamento. Ali, na redação, um grupo de jornalistas/editores era o responsável pela finalização das diversas edições em todos os veículos. Na seguinte ordem: on line, rádio, TV e impresso.
V.
É a linguagem dos novos tempos.
Melhor: é a linguagem que os jovens dominam.
VI.
O jornalista não pode esquecer o passado, não pode ausentar-se do presente e, em hipótese alguma, pode temer ou tentar evitar o amanhã, o futuro.
VII.
O caráter e o senso de interesse público continuarão sendo os grandes pilares do bom jornalista. Aliás, como sempre foram. Em qualquer tempo...
FOTO no BLOG: Caio Kenji |