É preciso ser criança para saborear toda a magia de uma partida de futebol.
Quando crescemos, precisamos resgatar o brilho no olhar do moleque que fomos para viver plenamente esses encantos.
Fora deste contexto, o Planeta Bola torna-se lamentavelmente algo que beira o escraboso, tantas e tamanhas que se apronta sob a bandeira do esporte mais popular do mundo.
Estão aí todas as denúncias contra a Fifa, a CBF.
Estão aí manifestações de inspiração facistóide de grupos de torcedores ditos ‘organizados’, tipo disque-denúncia.
Está aí hipocrisia da discussão sobre fairplay e cartões amarelos provocados.
Mas, não é dessa bandalheira triste que hoje pretendo ressaltar.
Quero dizer que voltei à infância nesta quarta-feira.
Zapeando os jogos da rodada na TV, fui testemunha ocular de alguns de “os mais belos espetáculos da terra”, como se anunciavam os circos dos anos 50.
O jogo Santos e Flamengo lembrou algumas antológicas partidas do grande Santos de todos os tempos. O gol de Neymar foi uma pintura. Pelé assinaria. Ao menos referendou – e deu fé nas entrevistas pós jogo. Ronaldinho se fez genial como nos tempos do Barça. Decidiu a partida. E, passou desapercebido de muitos, Rivaldo matou a pau e renasceu no jogo em que o São Paulo derrotou o Coritiba por 4x3.
Houve também, ao menos para mim, o momento ‘cantinho da saudade’, para lembrar o bordão do grande Fiori Gligliotti.
Morreu Geraldo Scotto.
O homem que marcou Mané Garrincha, sem virar “joão”, sem apelar para os pontapés.
Scotto foi o lateral esquerdo do meu Palmeiras de todos os tempos. Substituiu o lendário Valdemar Fiúme nas lides palestrinas nos anos 50 e 60. Quando o futebol, para o menino sardento do Cambuci, era manifestação de vida, sonho e esperança. |