Jorge Ben transformou-se em Benjor após uma turnê que fez uma turnê pela África em fins dos anos 80.

Ficou tão impressionado que não só trocou de nome (para reverenciar uma entidade local) como fez o disco homônimo (Benjor, de 1989), produzido por Liminha, Nando Reis e Vital Faria, impregnado de sonoridades e influências africanas.

Talvez a música mais emblemática do disco seja “Mama África” (não, meus caros, não foi Chico César o criador da expressão) em que saúda artistas que projetaram a cultura africana mundo afora.

Entremeando o envolvente refrão (“África viva mama África/E viva, viva/E viva, viva”, ele vai relacionando nomes quase desconhecido do lado de cá do planeta: Pier Akendeng. Mazekela. Miriam Makeba. Moricante.Salife Keita. Alfa Blondy-Ray Lema. Yousson Ndou. Toure Kunda. Idrissa Diop. Azikmen. Bundu Boys Kassav. Linton Kwesi. Ine Kamose. Zig Marley.Thomas Mapfumu. Manu de Bango. Fela Kuti. Irakere. Van Van - Lady Mambaso - King Sunny Adé. Abdalla Menai. T34 - Jacinta - Raina Rai. Jamal Alam. Djil Forsane. Brahin Izri - Djebel Djedorf - Karin Kacel - Razhid Bahri...

Ele termina nomeando os brazucas João Nogueira, Martinho da Vila, Gilberto Gil. Jovelina Pérola Negra e assina a obra: Ben Jor Ben Jor Ben Jor.

Não me perguntem como ele transformou essa listagem em pulsante canção.

Só ouvindo pra saber, e entender (ainda bem que temos o youtube!).

Imagino que, nos opacos dias atuais, todos os artistas, seja qual for a raça de cada um, gostaria de a uma só voz cantar em agradecimento (e em memória) ao homem que fez o mundo entender que somos todos iguais, o Planeta é multicor.

A canção de verso único seria:

“Obrigado, Mandela”