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Vlado - 40 anos depois...
25/10/2015
 

O jornalista não deve temer chegar ao fundo do poço na busca dos fatos, da verdade. É preciso encarar todos os sacrifícios que esta verdade impõe. Não é muito fácil.

Mas, se não for assim, é melhor procurar outra profissão.

A voz convicta do professor de jornalismo não deixa transparecer qualquer rancor. Fala naturalmente ao exigir mais seriedade. Um grupo de alunos ameaçou reclamar. Todos estão convocados a trocar um provável fim de semana ensolarado pela presença obrigatória na elaboração de um noticiário sobre os problemas de transporte na cidade universitária. Não há formalismos, nem pose de “dono da verdade”. Apenas deixa bem nítido que ele não está ali só de passagem.

- Se não for assim, é melhor procurar outra profissão.

Semanas depois, assistindo ao espetáculo “Brasileiro - Profissão Esperança”, percebe-se os atores em cena – Paulo Gracindo e a cantora Clara Nunes - visivelmente emocionados. Há um clima de profunda tristeza e indignação. Fim da sessão, aplausos.

Clara não contém o choro. Gracindo dá a notícia:

Domingo, 25 de outubro de 1975. O jornalista e professor Vladimir Herzog morreu tragicamente nas dependências do DÓI-CODI de São Paulo. Silêncio. Tristeza e indignação.

E a história deste País começou a mudar.

- É preciso encarar de frente todos os sacrifícios.

São os tempos negros do arbítrio. O Governo Médici fez “escola”. E mesmo o presidente Ernesto Geisel encontra sérias dificuldades para conter os “abusos” em São Paulo. Organismos militares e para-militares agem desbravadamente em nome do que entendem “segurança nacional”.

A morte de Vlado é a primeira arbitrariedade a escapulir da ação dos censores oficiais, a primeira notícia a “passar” ao brasileiro médio a noção exata de que o País está subjugado à nefasta ditadura.

Apesar da aparente tranquilidade. Apesar da propaganda massificadora. Apesar do tal “milagre econômico”. Apesar de tudo, há muito o que ser feito. Os dias que seguem à morte do jornalista são de muita movimentação. E apreensão. Políticos do MDB, jornalistas, artistas, estudantes, líderes sindicais e representantes de entidades civis reúnem, se na Praça da Sé para um culto litúrgico em memória de Vlado.

O arcebispo de São Paulo, dom Paulo Evaristo Arns, recebe ameaças e recomendações para os riscos da manifestação. São Paulo é “tomada” por comandos que, espalhados em pontos estratégicos, interceptam a quem bem entendem. Milhares chegam à Catedral e participam do ato (e são filmados pelos agentes da repressão).

O tempo passa e atravessa a avenida. O fruto cresce...

Dez anos depois, o Brasil vive a expectativa da Nova República. A Nação ainda não tem tudo o que merece. Os desmandos dos donos do Poder foram devastadores, implacáveis. Mas, há que se reconhecer, conseguimos avanços indiscutíveis. As greves do ABC em 78, a eleição dos governadores em 82, as Diretas-já em 84, a vitória de Tancredo Neves - enfim, a Nova República. Estamos longe do ideal, mas, já se andou um “bocado”. O empenho e a disposição da nossa gente asseguram vida longa para os ideais de Vlado e de tantos outros que desapareceram vítimas da repressão, da ignomínia. É sempre bom ter em mente a importância do momento histórico que vivemos.

Nossa tênue democracia depende - e muito - da participação de todos. Não pode haver vacilo, nem retrocesso. Só assim serão possíveis novas conquistas. Só assim, com a participação de todos - repito -, será possível transformar em realidade o sonho de um Brasil para todos os brasileiros.

•Escrevi esse artigo em 25 de outubro de 1985 para o jornal em que trabalhava. Fiz questão de incluí-lo em meu primeiro livro, “Às Margens Plácidas do Ipiranga”, lançado em 1997 por entender que se trata de um dos momentos mais relevantes para a história contemporânea deste País.

A morte de Herzog voltou a ser tema para uma reportagem que escrevi para o Jornal da USP, em 2005. Chamou-se “A Importância de lembrar Vlado” e também faz parte das crônicas e artigos que reuni no livro “Volteios – Crônicas, lembranças e devaneios” que publiquei em 2013.

QUARENTA ANOS depois da morte do jornalista e professor da ECA/USP , reitero esta necessidade de lembrar Vlado, seu exemplo e a dignidade de sonhar um Brasil de todos os brasileiros.

 
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