Todos sabem que sou devoto de Santa Paulina, a freira italiana considerada a primeira santa brasileira.
Nenhuma novidade. Já escrevi aqui mesmo sobre este sentimento que começa lá trás, nos tempos da velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor.
Modéstia à parte, o jornal que eu editava, a Gazeta do Ipiranga, foi o primeiro a dar a notícia sobre a beatificação da Santinha do Ipiranga, numa reportagem feita pelo saudoso amigo e repórter, Ismael Fernandes.
Madre Paulina assim que chegou ao Brasil, vinda de Trento, norte da Itália, passou a infância em Santa Catarina (Nova Trento) e jovem ainda veio para o histórico bairro em São Paulo, onde fundou a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição. Posteriormente, as Irmãzinhas se espalharam pelo Brasil e por todo o mundo, num trabalho de catequização e assistência aos desvalidos e adoentados.
Ter acompanhado como jornalista o processo de canonização da Irmã Paulina é um dos grandes orgulhos profissionais que tenho.
II.
Sou devoto de dezenas de santos e gosto de ler sobre a vida e os feitos de cada um deles.
O livro mais antigo que possuo na minha estante chama-se Últimas Páginas, de Eça de Queiroz, escrito em 1911. Meu exemplar é de 1917. Uma relíquia que dedica toda a primeira parte ao texto de “Lendas dos Santos”, sobre a história de vida de alguns deles.
Gostaria de escrever mais sobre o tema.
Mas, não me sinto em condições.
Não estou preparado.
Quando tenho uma oportunidade como hoje, não perco a deixa.
III.
Explico.
Recebo o boletim do Santuário de Santa Paulina com a notícia de que, aqui pertinho, no bairro do Ipiranga foi inaugurado um busto em tamanho natural com as feições de Santa Paulina, reveladas pela ciência e em 3D.
Diz a notícia que o projeto reuniu esforços de muita gente. A saber: o hagiólogo e um dos coordenadores, José Luís Lira, o designer Cícero Moraes e a artista plástica Mari Bueno (responsável pela pintura do rosto da santa).
O busto de Santa Paulina pode ser visitado no Memorial São Paulo, onde se encontram os restos mortais, que se localiza na Avenida Nazaré 470.
Pretendo visitá-lo logo, logo.
Ando em débito com a Santinha do Ipiranga e de todos os brasileiros. |