HOME BLOG CONTATO INDIQUE ESTE SITE
 
BLOG
Blogs no mês 09/2017
Blogs no mês 08/2017
Blogs no mês 07/2017
Blogs no mês 06/2017
Blogs no mês 05/2017
Blogs no mês 04/2017
  Belchior (1946/2017) - 30/04/17
  Carta ao Escova sobre a Greve Geral - 29/04/17
  Os insurgentes - 28/04/17
  Projeto destrói os direitos trabalhistas - 27/04/17
  Guernica - 80 anos - 26/04/17
  A tal globalização e o desencanto - 25/04/17
  Sindicato dos Jornalistas - 80 anos - 13/04/17
  Rir para não chorar - 12/04/17
  Nossas orações para Jerry Adriani - 11/04/17
  Por breves instantes... - 08/04/17
  Dia do Jornalista - 07/04/17
  Encantar-se - 06/04/17
  Notícias do Escova - 05/04/17
  Tins e Bens e tais... - 04/04/17
  A cigarreira - 03/04/17
Blogs no mês 03/2017
Blogs no mês 02/2017
Blogs no mês 01/2017
Blogs no mês 12/2016
Blogs no mês 11/2016
Blogs no mês 10/2016
Blogs no mês 09/2016
Blogs no mês 08/2016
Blogs no mês 07/2016
Blogs no mês 06/2016
Blogs no mês 05/2016
Blogs no mês 04/2016
Blogs no mês 03/2016
Blogs no mês 02/2016
Blogs no mês 01/2016
Blogs no mês 12/2015
Blogs no mês 11/2015
Blogs no mês 10/2015
Blogs no mês 09/2015
Blogs no mês 08/2015
Blogs no mês 07/2015
Blogs no mês 06/2015
Blogs no mês 05/2015
Blogs no mês 04/2015
Blogs no mês 03/2015
Blogs no mês 02/2015
Blogs no mês 01/2015
Blogs no mês 12/2014
Blogs no mês 11/2014
Blogs no mês 10/2014
Blogs no mês 09/2014
Blogs no mês 08/2014
Blogs no mês 07/2014
Blogs no mês 06/2014
Blogs no mês 05/2014
Blogs no mês 04/2014
Blogs no mês 03/2014
Blogs no mês 02/2014
Blogs no mês 01/2014
Blogs no mês 12/2013
Blogs no mês 11/2013
Blogs no mês 10/2013
Blogs no mês 09/2013
Blogs no mês 08/2013
Blogs no mês 07/2013
Blogs no mês 06/2013
Blogs no mês 05/2013
Blogs no mês 04/2013
Blogs no mês 03/2013
Blogs no mês 02/2013
Blogs no mês 01/2013
Blogs no mês 12/2012
Blogs no mês 11/2012
Blogs no mês 10/2012
Blogs no mês 09/2012
Blogs no mês 08/2012
Blogs no mês 07/2012
Blogs no mês 06/2012
Blogs no mês 05/2012
Blogs no mês 04/2012
Blogs no mês 03/2012
Blogs no mês 02/2012
Blogs no mês 01/2012
Blogs no mês 12/2011
Blogs no mês 11/2011
Blogs no mês 10/2011
Blogs no mês 09/2011
Blogs no mês 08/2011
Blogs no mês 07/2011
Blogs no mês 06/2011
Blogs no mês 05/2011
Blogs no mês 04/2011
Blogs no mês 03/2011
Blogs no mês 02/2011
Blogs no mês 01/2011
Blogs no mês 12/2010
Blogs no mês 11/2010
Blogs no mês 10/2010
Blogs no mês 09/2010
Blogs no mês 08/2010
Blogs no mês 07/2010
Blogs no mês 06/2010
Blogs no mês 05/2010
Blogs no mês 04/2010
Blogs no mês 03/2010
Blogs no mês 02/2010
Blogs no mês 01/2010
Blogs no mês 12/2009
Blogs no mês 11/2009
Blogs no mês 10/2009
Blogs no mês 09/2009
Blogs no mês 08/2009
Blogs no mês 07/2009
Blogs no mês 06/2009
Blogs no mês 05/2009
Blogs no mês 04/2009
Blogs no mês 03/2009
Blogs no mês 02/2009
Blogs no mês 01/2009
Blogs no mês 12/2008
Blogs no mês 11/2008
Blogs no mês 10/2008
Blogs no mês 09/2008
Blogs no mês 08/2008
Blogs no mês 07/2008
Blogs no mês 06/2008
Blogs no mês 05/2008
Blogs no mês 04/2008
Blogs no mês 03/2008
Blogs no mês 02/2008
Blogs no mês 01/2008
Blogs no mês 12/2007
Blogs no mês 11/2007
Blogs no mês 10/2007
Blogs no mês 09/2007
Blogs no mês 08/2007
Blogs no mês 07/2007
Blogs no mês 06/2007
Blogs no mês 05/2007
Blogs no mês 04/2007
Blogs no mês 03/2007
Blogs no mês 02/2007
Blogs no mês 01/2007
Blogs no mês 12/2006
Blogs no mês 11/2006
Blogs no mês 10/2006
Blogs no mês 09/2006
Sem mistérios...
10/04/2017
 

Olhava a moça a jogar o vasto cabelo de um lado para o outro, de minuto a minuto.

O que será que ela está pensando?

Será tique nervoso?

Só a conhecia de vista; vez ou outra, a cumprimentava, mais por educação do que qualquer outro interesse.

Da parte dela, o mesmo distanciamento.

Trabalhavam no mesmo setor, mas em áreas distintas.

Não entendeu o porquê hoje ela lhe chamara a atenção acima do habitual.

Ó doce mistério da vida!

II.

Era bonita? – há de me perguntar o saliente leitor. E eu lhe direi que não era lá de arrebentar corações. Tinha lá dessas belezas que se camuflam atrás de um par de óculos. De uma roupa sóbria, de um falar baixo, discreto. Mas, hoje, a moçoila estava atacada... Viera conversar com outra funcionária – conversa que Leocádio não podia ouvir.

Por um instante, espichou o pescoço para além da tela do computador e a encontrou, ali, a uns 10 ou 12 metros de distância a inquietar-se com o penteado.

Leocádio, o escriturário padrão, parecia enfeitiçado com os meneios daqueles cabelos lisos. Fixou ainda mais os olhos na moça que sequer percebeu que estava sendo vigiada e ele próprio, o Léo dos relatórios precisos e elaborados, o solitário sem emoções.

Já embicava os quarenta e tantos, e sua vida não tinha segredos, nem desvãos. Mas, hoje, sei lá, hoje ele se achou estranho...

III.

E se pôs a viajar em pensamentos à toa. Viajar sem sair do lugar.

Não conseguia lembrar o nome da figura. Já escutara, aqui e ali, mas, ô cabeça...

Como será a vida dela fora do trabalho?

Será que mora sozinha?

Será que namora?

Nunca soube nada a seu respeito.

Talvez era se pareça um pouco comigo?

Será que é feliz?

Quem seria feliz ali, entre os iguais, naquela repartição?

IV.

Ops...

Estava fugindo do misterioso tema que a visão lhe propiciou.

Quando acordou da viagem pra dentro de si, a moça não estava mais lá.

Foi embora, hora do almoço.

Os colegas continuavam a lida indiferente ao que ele estava pensando... e o que ele pensava?

Que os relatórios estão cada dia mais chatos.

Que não tem mais nenhuma graça em redigi-los.

Que as pessoas ao redor não parecem nada animadas.

Que devem estar tão entediadas quanto ele. Inclusive, ela, a moça que se fora e que, a partir daquele momento, se transformara num belo enigma.

V.

Pensou no menino do Acre que transformou o quarto, da casa onde morava com os pais e uma irmã, num grande livro com mensagens criptografadas. Depois disso caiu no mundo. Desapareceu como por magia.

Gostaria, um desejo íntimo não revelado a ninguém, de fazer o mesmo: fugir dali, sem deixar vestígio.

Reconheceu, porém, que não teria paciência (nem vontade) para forrar as paredes com um texto amalucado em uma linguagem que ele próprio inventaria e que ninguém conseguiria entender. Daria um trabalho danado.

Preferiu copiar a moça. Saiu a passos lentos, de fininho. Arrumou os poucos cabelos que lhe restaram, e foi almoçar.

Era mesmo um homem sem segredos. Mas, tinha fome.

 
| cadastrar comentário | veja os comentários |
 
 
© 2003 .. 2024 - Rodolfo Martino - Todos os direitos reservados - Desenvolvido por Sicca Soluções.
Auto-biografia
 
 
 
BUSCA PELO SITE