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Odir Cunha, notável jornalista, veio ŕ Universidade Metodista de Săo Paulo, noite dessas de maio, para o lançamento de um novo livro “Liçőes de Jornalismo”, pela Summus Editorial, que celebra seus 40 anos de sólida carreira.
O repórter e escritor falou por hora e tanto aos alunos de Jornalismo, respondeu pacientemente a dúzia de perguntas e, depois de toda essa jornada, ainda se deixou ficar por ali, entre as cadeiras da plateia do salăo nobre do Campus Rudge Ramos, dez e tanto da noite, a matar a curiosidade de uma penca de estudantes sobre os caminhos e os descaminhos da profissăo e, principalmente, sobre uma de suas grandes paixőes, o Santos Futebol Clube.
Odir continua o mesmo – e irredutível – sonhador. Pensa em lançar-se candidato ŕ presidęncia do Peixe.
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Odir era editor do Caderno de Domingo do Jornal da Tarde – entre outras tantas funçőes que por ali exerceu – quando estive por lá, com meu jeito de repórter mambembe, em fins dos anos 90. Colaborava modestamente com algumas reportagens ditas ‘especiais’, pois fugia do hard news da Redaçăo. A mais bacanuda delas foi percorrer a Trilha do Ouro na Serra da Bocaina (entre o Rio e Săo Paulo) a fim de refazer o caminho que os portugueses abriram na mata para levar o ouro, em mulas, até as barcaças ora lusitanas oura inglesas. Já naqueles idos havia uns espertos ávidos a dar um cambalacho no digníssimo Rei.
Eita, Brasil brasileiro...
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Depois desse tempo, perdi o Odir de vista. Sabia que escrevia livros e ministrava cursos sobre textos e reportagens, mas năo mais o encontrei.
Só fui revę-lo em 2008 quando lançou o livro “O Barqueiro de Paraty” (fui ao lançamento e recebi uma dedicatória toda maneira) e agora nesta palestra que os rigores da Academia chamam de Aula Magna.
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Tive a honra de dividir a bancada com ele, fui uma espécie de mediador – na verdade, um privilegiado espectador. Do encontro, ficou a sensaçăo de que a garotada que sonha ser jornalista teve muito que aprender.
Odir tem um inesgotável baú de histórias e liçőes.
Tomara que tenham assimilado tręs delas que acho fundamentais para o fazer jornalístico (e que sobram em Odir):
1 – a essęncia do Jornalismo é a reportagem;
2 – a humildade é a principal característica de um grande repórter. Estar disposto a ouvir e a aprender.
3 – Perseguir o texto perfeito para cada momento. Esta é a busca, o caminho, a missăo.
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Valeu Odir, ‘mesmo em mares diferentes, estamos na mesma viagem, irmăo’, como vocę bem escreveu na dedicatória do livro do barqueiro. |