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Leitinho para os pangarés
02/06/2017
 

O pai tinha verdadeira paixão pelos jogos.

Todos, não. Apenas alguns – corridas de cavalos, bilhetes de loteria, jogo do bicho... Carteado não era seu forte. “Muito parado. Vez ou outra – raras, diga-se – arriscava um ‘21’, um ‘7,5’, uma ‘cacheta’, ‘um dominózinho básico’, com os amigos do Bar Astória. Mas, o que fazia o Velho Aldo feliz era mesmo passar as tardes de sábado e domingo no Jockey Club.

Lá, ele andava de um lado para o outro. Ia ver o ‘canter’ dos favoritos, conversava com desconhecidos sobre a barbada do páreo, corria a banca para fazer a aposta, circulava pelas sociais e chegava ao delírio quando o páreo começava numa vã tentativa de incentivar o alazão escolhido.

II.

A mãe não entendia a paixão do pai. Quando o via sair, todo empolgado, para ir Jockey, comentava em voz alta, e em tom de repreensão:

“Já vai garantir ‘o leitinho’ para os pangarés”.

Era uma clara alusão de que o pai estava desviando o sacrossanto dinheiro da família para diversão própria na famigerada jogatina.

III.

Sempre entendi o que significavam para o pai aqueles momentos de magia e descontrole. Talvez porque, quando garotinho de tudo, eu o acompanhei em tardes ensolaradas e inesquecíveis. Para mim, era uma festa regada a pipoca e guaraná ‘caçulinha’. Achava tudo bonito – o desfile de apresentação dos animais, as blusas multicoloridas dos joqueis, a exasperação das pessoas e, sobretudo, o ar de descontração que dominava aquela ampla área a céu aberto.

Não lembro bem o motivo – alguma autoridade entendeu que esse encantamento fizesse mal à formação das crianças -, sei que, meses depois, veio a proibição para que frequentássemos (os menores de idade) o Jockey.

Lamentei, mas logo encontrei no futebol, na Jovem Guarda (“velhas tardes de domingos, quantas alegrias”) e nas matinês do cine Riviera a compensação que tanto satisfez à minha meninice/adolescência.

IV.

Só fui voltar ao Jockey lá pelos trinta e tantos. Claro, levei o pai comigo. Ele andava doentinho, a tal da angina lhe perturbava o corpo e a alma. Ficamos lá pouco mais de duas horas, três ou quatro páreos. O suficiente para o Aldão recuperar a vivacidade dos velhos tempos.

Sempre que lembro o pai plenamente feliz, lembro-me das noites de Natal e daquela tarde de um outono que se perdeu entre os mais antigos do passado.

V.

Estava numa roda de amigos ontem, quando alguém sugeriu uma visita ao Jockey Club, “antes que feche as portas de vez”. Incrível, mas real: ali, eram todos paulistanos, e ninguém conhecia o lugar ou sequer se dava conta da grandiosidade da instituição numa das áreas mais valorizadas da cidade.

“Pode ser uma boa”, disse outro. “Pensei que já tivesse fechado. Vi no noticiário TV que está devendo para o mundo e vive uma decadência, só...”

Fiquei triste, muito. Por mim, e pelo meu saudoso pai...

 
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