Escrevi o post de ontem a partir da dinheirama escondida naquele apartamento, em Salvador, Bahia – cena que viralizou mundo afora e que, de uma forma cruel para nós, cidadãos, expõe ao mundo a indecência do País que vivemos e amamos.
Claro que tinha no radar não apenas a triste realidade que vivemos, com o acúmulo de decepções de nossos homens públicos, mas também as denúncias que pululavam em Curitiba, em Brasília e no Rio de Janeiro. E que, por envolver nomes de peso do cenário político, social e esportivo, dariam – e deram – a dimensão do quanto estamos à deriva.
À direita, à esquerda, ao centro. Nos diversos segmentos dos poderes da República, que se amplia para o Estado e o Município. Até no âmbito desportivo (Falar o quê da CBF e seus ex-presidentes presos ou encrencados até a tampa em escândalos de corrupção?), a coisa vai de mal a pior.
Ontem, tornou-se público e notório para o mundo os deslizes de como foi feita a escolha do Rio de Janeiro para sede das Olimpíadas de 2016. Alvo da Operação Unfairplay, da Polícia Federal, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Guzman, teve seus bens bloqueados ontem, sob suspeita de compra de votos – corrupção deslavada, como prefere o vulgo.
Detalhe importante. Quem acionou as autoridades brasileiras para essas ações foi a Justiça francesa que desenvolve um dossiê bem mais alentado da trama Olimpíada/Rio 2016.
Verdade seja dita. Todo o Comitê Olímpico Internacional está sob a mesma suspeição.
Enfim...
Voltemos às questões pátrias que, estas sim, mais nos afligem.
Ouso repetir – até em função da data – o trecho final do post de ontem.
Permitam-me citar a mim mesmo, com breves ajustes:
Sei que, no entanto, não é momento para desalentos. Esperançar é o verbo da vez. Há os que se salvam – e trabalham e lutam por um Brasil verdadeiramente de todos os brasileiros. Quem sabe um novo sete de setembro (sem príncipes, e conchavos) se esboça nos grotões deste vilipendiado povo brasileiro?
Permitam-se acreditar...
Lembram aquele refrão da canção/hino de Ivan Lins e Victor Martins?
Pois é...
"Desesperar jamais..." |