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Tudo bem?
19/07/2007
 

Não lembro exatamente as palavras que usou, mas não esqueço o que ouvi do jornalista Mino Carta, lá pelos fins dos anos 70. Ao lado do grande Cláudio Abramo, ele tocava corajosamente o Jornal da República, que durou pouco mais de 170 números.

Mas, vamos ao que disse ou ao que pude entender -- nem vou usar aspas para não confundir vocês.

O Brasil ainda não viveu uma grande tragédia (àquela época, entenda-se). Talvez por isso as elites brasileiras e mesmo amplos setores da classe média não tenham exatamente clara a noção do que é viver em uma sociedade contemporânea.

Senão me engano, o jornalista havia assistido a um bate-boca entre duas senhoras à beira de uma bomba de gasolina. Disputavam a primazia de serem atendidas pelo frentista. Àquele tempo, a majoração do preço dos combustíveis era constante e anunciada entre a novela da sete e o Jornal Nacional. Os postos fechavam rigorosamente às 20 horas. Daí que se formavam longas filas nas cercanias. Todos queriam encher o tanque de seus possantes e assim garantir a esperteza e a economia de alguns trocados.

Por certo, Mino se referia às grandes lições de vida que, por exemplo, a Europa viveu durante o período das grandes guerras ou os efeitos da catástrofe de Hiroshima que o Japão enfrentou, enfim...


Não que as desejasse para o País; de resto abençoado por Deus e bonito por natureza. Mas, clamava para que o conceito de Nação fosse aqui respeitado em toda sua plenitude. Que privilegiadas castas de brasileiros acordassem para o soerguimento de uma verdadeira sociedade contemporânea. Afinal, projetava-se o fim do período dos ditadores militares, mas a propalada justiça social pedia mais, muito mais do que panelaços, cantorias e discursos.

Havia no comportamento daquelas duas damas – e ele assistiu a cena em um bairro nobre paulistano – algo de doentio. Um egoísmo descabido. Uma soberba injustificável. Para elas, o mundo resumia-se aos centímetros que separavam os reluzentes pára-choques dos veículos da onipotência divinal da bomba de gasolina. Essa grandíssima verdade – quem estava mais perto – permitia a cada uma das oponentes despejar descontrolados impropérios sobre a rival.

II.

Esta narrativa do jornalista talvez tenha me ficado latente na memória por um fato tristemente semelhante que acabara de assistir naqueles dias. Emblematicamente, também envolveu automóveis. A saber: o modelo rebrilhante e esportivo de um garotão, com adornos de ouro nos pulsos e no pescoço, e um táxi de frota, desses bem mambembes. Não sei exatamente como foi o esbarrão entre as duas carcaças. Mas, o príncipe – sim, porque devia sê-lo ou se julgava assim – desceu brandindo uma barra de ferro e a berrar o maior de todos os esculachos que um ser humano poderia ouvir:

-- Você é pobre, cara! Você é pobre! Olha o que você fez! Olha o que você fez no meu carro, ô pobre!

O estrago não ia além de alguns arranhões entre a lateral e um dos pára-lamas. Na verdade, creio eu, o que deixou o rapaz indignado foi o fato de um pobre ousar tomar a frente em seu caminho.

Junto às duas histórias a conclusão do jornalista. Senão acordássemos dessa mesquinhez, não demoraria e o País mergulharia num estado de guerra civil em que sequer distinguiríamos quem era por nós e quem seria contra nós. De uma forma ou de outra, organizados ou não, os desvalidos e abandonados – ele alertou – se fariam ouvir.

III.

Destacaria que essas reflexões foram feitas há 30 anos, pouco mais talvez. Destacaria também que soam hoje como profecias. Lamentavelmente. Há ainda uma agravante. Enfrentamos hoje uma tragédia generalizada, não tenho dúvida. Não temos o que “invejar” de iraquianos e/ou palestinos e/ou qualquer habitante de uma região de conflito.

E reparem.

Nossos pequenos/grandes dramas diários nos tornaram insensíveis a qualquer reação em conjunto. Os males que nos afligem são tantos que nos confundem e aniquilam toda e qualquer forma de mobilizarmos. Dos estelionatos eleitorais à guerra nos morros cariocas. Dos escândalos do Lalau à barbárie das ruas, onde um garoto pode ser arrastado por quarteirões por um carro. Dos mensalões do Congresso aos seqüestros relâmpagos ou não. Da desfaçatez da mídia – salvo raras exceções – às 30 mil mortes anuais em acidentes de trânsito. Da impunidade de políticos e governantes à tragédia anunciada de Congonhas...

Nesses tempos, ninguém deveria perguntar – mesmo por educação – se “está tudo bem” para um brasileiro. Seria hipócrita, da nossa parte, responder, mesmo que mecanicamente: “Tudo bem. Tudo bem”.

Não vamos nada bem, leitores.
E a tendência é piorar...

 
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