Caminhei em direção à Igreja Imaculada Conceição, onde vou quase todas as manhãs. Impressiona-me a despojada beleza deste templo e a luz filtrada pelos vitrais azuis que ilumina seu interior.
Gosto do seu silêncio, sinto-me feliz ali.
Parece que uma boa nova vai chegar a qualquer momento. Só nós mesmos para sabermos o que há de sagrado dentro de nós que merece ser preservado a qualquer custo. Um trabalho, uma missão, um sentimento; inevitavelmente um amor que se transforma em oração e alimenta a alma do mundo.
O falso e o verdadeiro resplandecem e nos propõem a escolha do que somos.
Nem sempre quem nos faz sorrir é o amigo que aponta o caminho. Quem nos faz pensar, mesmo que nos custe enfrentamentos que desejaríamos não ter, transforma-se na seta e no alvo. Quem nos faz pensar, nos faz melhor...
II.
Tenho certeza de que esse tempo de reflexão é vital, até mesmo para questões de âmbito social. Será que políticos e governantes pensam em profundidade e com firmeza de propósitos antes de votarem uma questão. Não vou citar nomes e episódios recentes ou antigos. Todos se repetem e -- triste, triste -- se renovam. Será que a sociedade não carece refletir sobre determinadas questões -- e assumir a própria culpa? Ao menos, a indiferença dos mais abastados para o enorme contingente dos que nada têm. Só dizer “que absurdo!” - e não fazer valer a verdade na hora certa, de nada adianta.
Vale para tirar dos nossos ombros qualquer resquício de culpa -- e só...
III.
Diante do computador, pronto para blogar, não resisto e recorto e colo uma luminosa história de vida que, entendo, cabe muito bem neste setembro, de pouca inspiração.
Ei-la:
A garota de 4 anos insistiu junto ao pai para ficar sozinha com a irmã recém-nascida. O pai ficou desconfiado. Pensou nas habituais crises de ciúmes que se manifestam nessas ocasiões -- e temeu atender ao pedido da irmã mais velha. A garotinha, no entanto, tanto insistiu que não houve outra saída. Mesmo contrariado, deixou o quarto e, com a porta entreaberta, ficou a espreita dos acontecimentos. Bastou um instante para a menina se aproximar do berço e, revelando todo seu entusiasmo, perguntou:
-- E aí, fala, me conta como é Deus. Que eu já estou esquecendo.
V.
As crianças transcendem... |