Simonal começa a ser finalmente anistiado. (Passou da hora, eu diria.)
Simona é tema de documentário e livro.
Também uma caixa com nove CDs do cantor será relançada pela Emi-Odeon.
Domingo, no Fantástico, o filho Simoninha foi o Repórter por Um Dia do Fantástico. O tema não podia ser outro: o velho e bom Wilson Simonal.
Hoje, no encontro que tive com estudantes de Jornalismo da Universidade Metodista, um deles me perguntou sobre o papel da imprensa na derrocada do mito Wilson Simonal, acusado à época de ser um colaborador da ditadura.
— Fomos, no mínimo, omissos por não apurar a verdade dos fatos.
Simonal não teve direito à defesa da pior acusação que alguém poderia ouvir nos anos 70: ser um delator da ditadura.
Até hoje não se sabe um nome sequer de alguém que foi dedurado pelo cantor.
Bom que essas obras resgatem a verdade dos fatos, ainda que tardiamente.
II.
Pretendo ver o filme, dirigido pelo casseta Cláudio Manuel.
Chama-se “Ninguém Sabe o Duro Que Dei” e estréia nesta sexta em São Paulo.
(Aliás, já deveria ter visto. Foi exibido em alguns festivais – e agora vai entrar em circuito normal. E é importante que todos corram para o cinema neste fim de semana. Assim o filme permanece mais tempo em cartaz. É a regra do jogo das distribuidoras.)
Pretendo logo que puder ler o livro, do jornalista Ricardo Alexandre: “Nem vem Que Não Tem”.
Conheço boas partes das canções Simonal. Era chamado o Rei do Patropi.
Garoto ainda, eu assistia ao seu programa semanal nos áureos tempos da TV Record, Show em Symonal. Por isso e outros tantos motivos, me emocionei as imagens do cantor (no auge e no fim da vida) reprisadas na noite de domingo.
Fiquei feliz em ver o interesse da garotada pela verdadeira história da MPB.
Não só a que equivocadamente os jornais consagraram.
III.
Simonal morreu em junho de 2002.
Tinha 62 anos e estava debilitado em decorrência de uma doença hepática.
Mas, há quem diga: foi uma profunda e irremediável tristeza (leia-se injustiça) que o matou…
* Veja mais sobre o Simonal no ícone Uns & Outros em O REI DO PATROPI, de autoria de Mônica Herculano