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Recado do Padre Brito

Caríssimo amigo Rodolfo.

Seu relato sobre o "Homem Aflito"…

http://www.rodolfomartino.com.br/artigo.php?id_artigo=2411n

… permite muitas hipóteses e contém muitos ensinamentos:

1 – Trata-se de um indigente que necessita de ajuda material?
2 – Foi um caso de perturbação espiritual ou psíquica?
3 – Ocorrência de um estado perturbador complexo?
4 – A atitude do motociclista foi uma intervenção divina?
5 – A possível cura foi uma graça de Deus?

Rodolfo, você tem toda razão de ter se decepcionado diante da indiferença de muitos, diante da situação do "Homem Aflito". O cristianismo, como o judaismo, tem como lei maior:

"Amar a Deus acima de tudo, com todo o coração" (Dt 6,6-7) e "ao próximo como a si mesmo" (Lv 19, 18).

Jesus Cristo viveu e pregou seu mandamento assim:

"Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei" (Jo 15, 12.17).

São Paulo resume tudo isso nestes termos:

“Não devais nada a ninguém, a não ser o amor mútuo, pois quem ama o outro cumpriu a Lei”.

De fato, todos os preceitos relacionados às pessoas humanas resumem nisso:

“Amarás teu próximo como a ti mesmo. O amor não pratica o mal contra o próximo, portanto o amor é a plenitude da Lei” (Cf. Rm 13,8-10).

Amigo, embora o mandamento do amor deva ser praticado mutuamente. O exemplo de Cristo nos ensina a termos iniciativa no ato de amor. Amar depende da graça de Deus e de mim mesmo. Se Deus nos manda amar é por que Ele está disposto a nos conceder a graça necessária para tanto e solicita nossa adesão ao seu mandamento. Esperar que meu próximo me ame é um grande risco de decepção. Amar, amar, amar, sem esperar ser amado. Eis a gratuidade do verdadeiro amor. É assim que Jesus ama e quer que o amor seja praticado.

Atenciosamente

Pe. Brito

*Padre Antônio Brito é um caríssimo amigo e mestre, com quem trabalhei na publicação do jornal O Carpinteiro por algum tempo. Uma experiência bastante relevante para mim e para os paroquianos da igreja São José do Ipiranga. O jornal mensal chegou a circular com 100 mil exemplares. Padre Brito foi o autor da mensagem de fim de ano do blog. No texto de hoje, ele faz comentários preciosos sobre o que aconteceu na Abadia de São Victor, em Marselha, e que relatei no post de 25 de janeiro deste ano.

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