São demais os perigos desta vida.
Registro que a frase do Poetinha foi criada bem antes da existência das chamadas redes sociais.
E já fazia sentido.
Imagine agora!
(…)
Para quem vive o ofício de escrever (e postar), então, são tempos bicudos.
Bateu, levou.
Escreveu, alguém discorda ou não concorda inteiramente, vapt…
Senta que lá vem bronca.
Não perdoam sequer o Dia de Santo Antônio!
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Levei dois simpáticos e gentis puxões de orelha pelo inofensivo post de ontem.
Temi pelo cartão vermelho de ambos os críticos, pois, se me esquecessem, desfalcariam ainda mais meu cast de cinco ou seis leitores.
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Pois então…
A querida leitora reclamou:
“Assim que deu uma brechinha, corri para o Blog a fim de saber o que havia escrito sobre o Dia dos Namorados – e o que leio. Mais do mesmo. Quer dizer que “anda raso de inspiração” e, por isso, aproveita um texto antigo? ”
Não lhe tiro a razão, mas devo a ela (e a vocês) uma singela satisfação.
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Serei sincero.
Fiquei feliz que a moça tenha lido, lá pratrazmente, a crônica e ainda a tenha na lembrança.
É sinal que aquele meu despretensioso texto fez algum sentido, em algum momento, para ela e, tomara, para outros leitores.
Gosto muito desta crônica.
Reflete bem o momento que vivíamos no fim do século 20.
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Ao replica-la ontem, quis lhe dar a trilha sonora que não teve no jornal, no livro e mesmo na publicação original do Blog.
Nosso site/blog estava pendurado em outro sistema. Era um tanto estanque, com fotos pequenas, sem links e sem os recursos de vídeo e áudio.
Espero que me entendam.
Bom ter vivido esses dias, essas histórias
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“Quanta nostalgia, não?! ”
Outra queixa da moça que, esta, não tenho como defender.
Ando mesmo saudoso daqueles tempos, dos dias ligeiros, dos finais de tarde atarefados pelo fechamento da edição. Das esticadas noturnas. Dos amigos. De como éramos divertidos, sonhadores, romanticamente inconsequentes.
Eram outro mundo, outro país, concordo.
Você tem razão amável e atenta leitora; no fundo, no fundo, ando saudoso de mim.
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O amigo e leitor e barulhento Marceleza (sei lá onde anda) faz a outra ressalva, também por e-mail.
1 – adora a canção do Peninha (‘um gênio do cancioneiro popular’);
2 – diz que foi gravada originalmente pela Sandra de Sá;
3 – a versão do Caetano é a mais popular;
4 – mas, porém, contudo, todavia, prefere a música cantada pelo saudosoTim Maia.
(…)
Então, como sou obediente aos meus queridos leitores, aí vai a indicação musical de hoje, by Marceleza, o amigo/personagem distante…
O que você acha?