Foto: Rede Brasil Atual/Lula Livre
…
A propósito do verso com que ontem encerrei o post…
De que vale a voz
Se não há lembranças
De gritos libertos
… um atento leitor pede-me mais referências.
Aqui, estão: é de autoria do poeta e publicitário Mauro Salles. Faz parte do poema Canto para Geraldo Vandré publicado no livro Gesto, pela Massao Ohno Editor em 1993.
Eu particularmente amo esse livro. Desde que o encontrei em um sebo, aqui, perto de casa, acabei por transformá-lo numa espécie de oráculo. Sempre que posso e/ou preciso recorro às páginas já amareladas pelo tempo e o uso.
A poesia sem pose, cotidiana, de Mauro Salles me reconforta.
Futuramente, farei um post especial, com alguns desses lindos poemas. Prometo!
Por hoje, fiquem com a íntegra de Canto Para Geraldo Vandré:
De que vale o canto
Se não houve o gesto
De redenção
…
De que vale a voz
Se não há lembranças
De gritos libertos
…
De que vale a luz
Sem a descoberta
Do novo horizonte
…
Nada valem os passos
Se todos chegamos
Ao porto nenhum
II.
A propósito do artigo do Lula hoje publicado pela Folha de S.Paulo e, posteriormente, em outros noticiosos, a repercussão foi notável. No Brasil e fora dele.
Destaco os seguintes trechos:
Faz um ano que estou preso injustamente, acusado e condenado por um crime que nunca existiu. Cada dia que passei aqui fez aumentar minha indignação, mas mantenho a fé num julgamento justo em que a verdade vai prevalecer. Posso dormir com a consciência tranquila de minha inocência. Duvido que tenham sono leve os que me condenaram numa farsa judicial.
…
O golpe do impeachment sem crime de responsabilidade foi contra o modelo de desenvolvimento com inclusão social que o país vinha construindo desde 2003. Em 12 anos, criamos 20 milhões de empregos, tiramos 32 milhões de pessoas da miséria, multiplicamos o PIB por cinco. Abrimos a universidade para milhões de excluídos. Vencemos a fome.
…
Nada encontraram para me incriminar: nem conversas de bandidos, nem malas de dinheiro, nem contas no exterior. Mesmo assim fui condenado em prazo recorde, por Sergio Moro e pelo TRF-4, por “atos indeterminados” sem que achassem qualquer conexão entre o apartamento que nunca foi meu e supostos desvios da Petrobras. O Supremo negou-me um justo pedido de habeas corpus, sob pressão da mídia, do mercado e até das Forças Armadas, como confirmou recentemente Jair Bolsonaro, o maior beneficiário daquela perseguição.
A ÍNTEGRA do artigo. AQUI
III.
A propósito de lembrar os tempos da ECA/USP quando por lá andei nos idos de 70, uma canção que a turma comandada pelo Sérgio Gomes e a Gigi costumava cantar com ares de profunda nostalgia.
É um samba dorido, de nome Antonico, do grande Ismael Silva. À época foi regravado pela então indomável Gal Costa e fez um sucesso danado naquelas paragens da Cidade Universitária.
Ouçam!
O que você acha?