Desde janeiro, Djavan entrou para o time de setentões descolados da MPB.
Devia estar de férias, pois nada escrevi.
Só dia desses me dei conta do imperdoável vacilo.
Pois, desde o início, lá nos anos 70, considero este alagoano um talento único entre as diversas correntes de nossa música popular.
Ele faz parte da geração pós-tropicalismo ao lado de João Bosco, Ivan Lins, Belchior, Gonzaguinha, Alceu Valença, Ednardo, Fagner, Geraldo Azevedo, Zé e Elba Ramalho, Melodia, Walter Franco e outros mais que seguraram a onda num período em que a censura comia solta – e o rádio e a TV, tal e qual os dias de hoje, se entregavam às tranqueiras da época.
…
Lembro a primeira vez que o entrevistei. Djavan aguardava o anúncio das canções vencedoras do Festival Abertura nos bastidores do Teatro Municipal de São Paulo.
Era um dos concorrentes com a brejeira “Fato Consumado”.
Foi em 1975.
Ele estava em começo de carreira, recém chegado ao Sulmaravilha.
Perguntei se esperava vencer a competição.
Titubeou.
Foi monossilábico, algo tímido:
– Difícil.
Fez uma pausa, e continuou:
– Só tem gente boa.
Outra pausa – e concluiu esperançoso:
– Pode ser.
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Djavan ficou em segundo.
Perdeu para “Como Um Ladrão”, de Carlinhos Vergueiro.
Mas, desde então, sua brilhante jornada é marcada por vitórias e mais vitórias.
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Destaco os versos da incrível “Pétala”, como uma das mais belas definições de amor que já ouvi:
Por ser exato
o amor não cabe em si
por ser encantado
o amor revela-se
por ser amor
invade
e fim.
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Mas, vou postar hoje “Vesúvio” que dá título ao mais recente trabalho de Djavan.
Boa semana a todos.
Outra da série:
Se o mundo não deu certo não foi por falta de trilha sonora…
O que você acha?