Segue a conversa de ontem…
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Não fomos ao Allianz ontem ver o Palmeiras.
Meu amigo, mesmo distante, não esqueceu que é “tricolor de coração”.
Me alertou que, por empatia, torceria para o Flu e não para o meu Verdão
Acho inconveniente, ele ponderou.
Uma temeridade, reforcei.
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Tentei explicar que não é mais como no nosso tempo de garoto quando íamos ao Pacaembu indiferentes às equipes que jogavam.
Palmeirenses como eu e o Claudinho, são-paulinos como ele e o Betão, santistas como o Cazuza e corintianos como o grosso da turma – todos ficávamos juntos nas arquibancadas e vencesse quem vencesse valia a farra e a pizza, quando possível, no Bar do Peppino. O pai e os amigos do pai, que batiam ponto por ali no domingo à noite, pagavam a conta.
Hoje é impossível a confraternização.
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Talvez os amigos e fiéis leitores me entendam. Mas, penso que, às vezes, quase sempre, não estamos preparados para esses reencontros.
Choca, por exemplo, a maneira objetiva como enxergam o país de origem e a si próprios.
Choca a noção que têm de cidadania e a percepção, digamos, mais cosmopolita que mostram do mundo que vivemos.
Ele e outros tantos que conheci já me confessaram o sentimento de vazio, apátrida.
Não se sentem confortáveis nem lá, nem cá.
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Há quem se deslumbre com a possibilidade de viver nos Estados Unidos.
Não é este o caso.
O amigo é bem crítico, inclusive, à política de dominação que os ianques tentam implantar a qualquer custo planeta afora.
Ele não sonha morar em Miami, Orlando e afins. Não é adepto do american way of life.
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Bem ao contrário.
Falou horrores do 11 de setembro. Vê conspiração em tudo, pois convive com diversas etnias em Brugge, inclusive muçulmanas.
– Todos só querem viver em paz. Já sofreram em demasia.
Diz que os americanos mataram milhões e milhões de iraquianos, iranianos e aqueles povos daquela região.
Enfim…
Só ouvi.
Sei que não falou em vão.
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Viajou pra Visconde de Mauá na Serra da Mantiqueira.
É assim, bucólico e naturista, que prefere o Brasil.
Creio que de lá faz o caminho de volta para a Europa.
Talvez não nos vejamos mais.
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Dei meu novo livro a ele – Pela Janela do Mundo (Ou o mundo pela janela).
O título é inspirado em uma crônica que escrevi par o jornal naquele fatídico 11 de setembro.
Não importam as motivações, as ideologias e tudo mais.
Concordo com o amigo: desde aquele dia não fomos mais os mesmos…
“
Vander
11, setembro, 2019Mas que “inveja” desse seu amigo: Bélgica, Bugres……… A Europa civilizada. Deve ser muito chato morar lá. Concordo com ele e a História não contada oficialmente o diz: sim, os americanos mataram muito mais do que a gente possa amaginar e tudo o que as pessoas / nós realmente queremos é viver em paz.
VERONICA PATRICIA ARAVENA CORTES
12, setembro, 2019Rodolfo, Hola, por conta de idas e vindas e de ver muita gente assim, percebi que esse sentimento de apátrida, sem se reconhecer em canto nenhum, é frequente, hoje quanta gente não olha ao seu redor e se sente um apátrida estando em casa? Se a pessoa puder perceber que somos como tartarugas, minha casa eu levo comigo diz a música do palavra cantada