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Lupicínio

Abro o Google – e o doodle  da página do portal traz a ilustração de alguém que desconfio quem seja.

Desconfio…

Não o conheci pessoalmente – o que lamento. Apenas por fotos, vídeos antigos e canções. Lindas e belíssimas canções.

Chego a duvidar que a poderosa empresa teve sensibilidade para lembrar que hoje – 16 de setembro – o notável compositor gaúcho Lupicínio Rodrigues completaria 105 anos.

Oportuna e rara homenagem que aplaudo e registro.

Autor de tantas e tantas canções memoráveis naquele tempo em que amar se conjugava em quaisquer circunstâncias, mesmo que fosse unicamente como verbo intransitivo, Lupicínio é o criador da expressão “dor de cotovelo” (quem nunca?) e compositor das mais belas melodias no gênero: Volta – Nervos de Aço – Esses Moços – Nunca – Vingança – Foi assim  – Se acaso você chegasse – Quem há de dizer – Ela disse-me assim – Cadeira Vazia – Castigo – Nunca – Felicidade e tantas outras que marcaram a vida, amores e desamores de várias gerações.

Por exemplo, a dos sessenta e muitos, como eu.

Era criança ainda quando ouvi as primeiras canções de Lupicínio Rodrigues.

O primeiro sucesso de Elza Soares foi o samba Se Acaso Você Chegasse bem no início dos anos 60.

Não sabia quem era o autor.

Ficava ensimesmado com os versos:

“De dia me lava a roupa

De noite parimpacumbaca”

– Mas, que caramba é isso? – perguntava para a gargalhada do pai e da italianada amiga do pai.

– Calma, Tchinim, que você chega lá.

Não sei se cheguei. Mas, alguns aninhos depois, eu já desconfiava o que seria o tal e o qual.

Mesmo assim, só bem mais tarde, adulto já, Paulinho da Viola, com “Nervos de Aço” e “Esses Moços”, e Gal Costa, que gravou “Volta”, me deram a deixa para entender a monumental obra do velho e grande Lupe.

Certa feita, já repórter na área de Cultura, ouvi do saudoso jornalista Dirceu Soares, que o havia entrevistado, como Lupicínio definia suas canções:

“São uma espécie de biografia das páginas tristes da minha vida.”

Havia uma exceção, porém: o hino do Grêmio que também compôs.

Dizia que essa era uma paixão diferente.

Mesmo na tristeza da derrota, “era uma grande alegria” torcer pelo tricolor gaúcho.

Lupicínio Rodrigues morreu aos 60 anos, em 1974.

 

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