Foto: Rubem Braga/Reprodução
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“A única maneira certa de escrever ainda é ir dizendo o que nos dá na telha; não há melhor regra que a veneta, e se eu tivesse alguma autoridade além da longa prática, eu daria este conselho aos moços prosadores e poetas: “Não digam nunca que estão com vontade de morrer quando acontece que estão com vontade de tomar banho de mar; sejam vulgares quando se sentirem vulgares; não façam mistério de coisas simples, porque elas já são, na verdade, demasiado misteriosas; e quando, olhando a janela acharem que a manhã está muito bonita, escrevam exatamente assim: a manhã está muito bonita; quando estiverem indignados, escrevam com indignação.”
*Trecho da crônica O Telegrama, de Rubem Braga, publicada no jornal Correio da Manhã, em 27.05.1951, que é parte da coletânea Ruben Braga – Bilhete a um candidato & outras crônicas sobre política brasileira. Organização: Bernardo Buarque de Holanda. Editora Autêntica, 2016.
Ler Rubem Braga (1913/1990), nosso mais brilhante cronista, é sempre um aprendizado, uma lição de vida.
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Um dos momentos mais representativos desta minha jornada de malajambrado escrevinhador deu-se numa ensolarada manhã que o tempo engoliu. Caminho pelo campus, entre aula e outra, quando um rapazote me aborda com grosso volume nas mãos: 200 Crônicas Escolhidas de Rubem Braga.
Diz ele, todo pimpão:
“Tá vendo, professor? Aprendi a gostar de Rubem Braga da crônica lendo o seu Blog. Não é legal?”
Um tanto que apatetado (mais do que normalmente sou), sorri sem nada lhe dizer.
Foi minha vez de me achar o pimpão da vez, todo_todo.
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O que você acha?