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Mel Lisboa, o legado de Rita

Foto: Mel Lisboa e Rita Lee/Divulgação

“Ela criou um carinho por mim. É como se ela tivesse depositado e confiado a Rita dela a mim. Ela já estava se aposentando dos palcos e produzindo muito, do cantinho dela. Essa parte [do palco] ela delegou, ela confiou a mim. Só fui na casa dela depois que ela morreu.”

Depoimento da atriz Mel Lisboa ao videocast ‘Desculpa Alguma Coisa’, para Tati Bernardi, no Universa/Uol.

Há 10 anos (acho que é esse o tempo), Mel interpreta Rita Lee (1947/2023) em musicais sobre a vida da multiartista paulistana, com elogiosas apresentações em diversas cidades brasileiras.

O primeiro foi “Rita Lee mora ao lado” e agora “Rita Lee – Uma autobiografia musical”, este ainda em cartaz no Teatro Porto em São Paulo.

Não sei o que me deu.

Foi ouvir o que a moça disse para me envolver em pensamentos sobre o passar do tempo.

Uma espiral de lembranças, nostalgia e sentimentos.

Os cinco ou seis leitores e leitoras que, incautos, aqui me acompanham sabem que tenho uma tendência a tais devaneios pregressos.

É um doce recordar.

Rita, a garota sapeca do grupo Mutantes.

Rita, a roqueira dos anos 70 ao lançar-se em carreira solo.

Rita e Roberto, a amorosa parceria que transformou a década de 80 numa grande celebração ao Brasil redivivo e esperançoso da redemocratização.

Rita, a mais completa definição de Sampa no entender de Caetano.

Assisti a todas essas fases.

Mais:

Escrevi sobre Rita, os discos, os shows, as peripécias da moça.

Quando andava pela Universidade, cheguei a orientar, como trabalho de conclusão do curso de jornalismo, um livrorreportagem sobre a trajetória da cantora que, se bem me lembro, chamou-se Simplesmente Rita.

Uma linda aventura.

Óbvio: fui a muitos shows de Rita.

Teve um que se chamou “Refestança”. Divertidíssimo. No Ginásio da Portuguesa, no Canindé, em São Paulo. Ela e Gilberto Gil, uma parceria afiadíssima.

Não lembro qual foi o último espetáculo que vi – e, de resto, nem me dei conta de que seria o derradeiro.

Como poderia saber?

Lembro, sim, que, em todos, eu ficava na expectativa que Rita cantasse a música preferida.

Sabem qual?

Aquela que tem um verso que me é único, e me parecia tão meu, tão meu… Como se eu próprio, olhem a ousadia, houvesse escrito.

Ei-lo:

Na medida do impossível
Tá dando pra se viver
Na cidade de São Paulo
O amor é imprevisível como você
E eu
E o céu

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