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Uma breve reflexão

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Foto: Jô Rabelo/Arquivo

Uma cena tristemente comum nas grandes cidades brasileiras.

Nenhuma novidade.

Mas, ontem, – talvez porque voltasse da tradicional Missa de Ramos e ainda estivesse com as palavras do sermão a me soarem na cabeça – essa cena ‘tristemente comum’ me tocou profundamente assim como um alerta para minha (nossa?) omissão.

Foi ontem no início da tarde, na volta da igreja.

Um homem, uns 40 anos, se tanto, que se dizia venezuelano, não importa a origem, enfim…

Um homem com uma criança no colo e um tosco cartaz de papelão em uma das mãos caminhava, entre os automóveis parados à espera do sinal abrir, a contar com a solidariedade dos motoristas “para dar de comer à família”.

Um homem em busca de alguns trocados na lida pela sobrevivência.

Não muito longe dali, em meio ao mal-ajambrado canteiro, observei a moça (devia ser sua mulher) e outras pequenas crianças, largadas por ali na débil expectativa do pão nosso de cada dia.

Vivemos um tempo estranho, pensei comigo mesmo.

De egoismo exacerbado, de individualismo, intolerância desmedida…

Ainda na sexta, dia 11, num tumulto provocado por agentes da PM num rapa contra ambulantes (que tentavam salvar suas mercadorias) no bairro do Brás, em São Paulo, um senegalês de 34 anos foi assassinado com um tiro no abdome.

Uma tragédia mais do que anunciada.

E, ao menos por enquanto, sem solução.

Como disse em outras ocasiões, tento escrever por aqui o que me faz feliz.

Procuro falar das coisas boas da vida.

Do que me encanta…

Uma norma que adotei, ao longo desses 5 mil e tantos posts, sem que me desse conta.

Desconfio – e só desconfio – que foi a presença dos amigos, aí do outro lado da telinha, que me deram a bússola e o norte no encaminhamento das nossas tertúlias (quase) diária.

Vez ou outra, como hoje, nó na garganta, incontida angústia n’alma – e me dou ao desplante de comentar o noticiário do dia.

Tento evitar, confesso, o mais que posso.

Nem sempre é possível.

Hoje, meus caros, permitam-me compartilhar tais fatos e o desabafo.

Começamos a Semana Santa, a preparação para a Páscoa, cabe a reflexão. Para não nos aviltarmos e, em pleno século 21, sermos capaz de repetir a multidão da Judeia que, instada pela ignomínia de pretensos líderes, clamou pela crucificação de um tal de Jesus, o Nazareno.

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