Junho 2025 – Palácio do Congresso Nacional recebe projeção mapeada especial para celebrar o 11º Fórum Parlamentar do Brics – Brasil 2025. Foto: Jonas Pereira/Agência Senado
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“Se o governo recorrer ao STF, vai ser pior para o país.”
Não estranho o tom de ameaça que traz a declaração do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para os rumos que a Tigrada do Centrão no Congresso pretenda dar ao futuro do Brasil. Um futuro que se abre ao nazifascismo explícito e funesto.
O senador faz referência à derrubada do projeto governamental que elevaria o IOF e que já havia sido acordada, no Congresso, pelo ministro Haddad.
Disse que não estranho o tom de ameaça, pois desde a queda da presidente Dilma em 2016/17, o Centrão oportunista se aboletou no Poder. Faz e desfaz dos rumos do país, com a cumplicidade (pasmem!) dos votos de milhões de brasileiros.
Queiramos ou não, temos que reconhecer essa calamitosa impropriedade.
O povo a reverenciar os seus algozes.
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Brevíssimo histórico.
O usurpador Michel Temer deu guarida e condições para o crescimento da turma barra-pesada do Centrão. O Estropício que o sucedeu lhe fez todas as vontades. Cedeu anéis e dedos em troca da reeleição que não veio, mas permanece meta e objetivo inadiável para 2026. A tentativa de Golpe no célebre 08/01 falhou. Assim como o tom conciliador que vigorou produtivamente nas duas versões anteriores dos governos Lula. Sejamos sinceros, não é mais assim que a banda toca. Hoje, o palavrório e os conchavos de nada lhe adianta.
Não há denominador comum entre as partes.
Tanto na Câmara Federal como no Senado, o Centrão é ampla maioria.
Tá tudo dominado.
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Querem um por exemplo?
Ontem mesmo o mesmo Congresso aprovou a criação de mais 18 vagas para futuros candidatos nas eleições parlamentares do ano que vem. Claro que tem um custo para o Tesouro Nacional (leia-se, o amplo leque de contribuinte). Uma despesa anual superior a 64,5 milhões de reais.
A desfaçatez não tem limites.
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E assim caminha a humana mediocridade.
Rolam os dados para eleição que se aproxima. As tais pesquisas de intenção de votos listam, aqui e ali, os presidenciáveis. Parece certo o nome de Lula para a reeleição. O que pode ser uma temeridade, inclusive para o próprio Lula e sua história de vida. Na real, e sem outros arabescos, não vejo outro nome eleitoralmente viável, de perfil vitorioso e confiável, na dita centro-esquerda, a tal Terceira Via. À direita, pipocam candidatos e possibilidades. O próprio Estropício imagina-se elegível até lá. No mínimo, acredita abocanhar um poder magno com a escolha de um preposto que poder ser o Filhão 02 ou a própria Michele, sua terceira esposa. Para outros tantos pretendentes, tem um olhar ressabiado – Tarcísio, Ratinho Jr, Caiado, Pablo Marçal, Eduardo Leite, algum indicado pelo onipresente Kassab –, confia desconfiando. Raposa velha, lavada e enxaguada nos bastidores do Congresso por mais de 30 anos, sabe que sentou na cadeira presidencial, pegou a caneta, é inevitável, como diz o samba: “irmão desconhece irmão”.
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Enquanto batuco essa minha arenga diária, lembro o amigo do pai, o Armando, de cabelos retintos ‘da cor das asas da graúna’ na vã tentativa de restauro da jovialidade que já lhe ia distante. Pois então o inseparável amigo Armando era a voz que se fazia ouvir sempre que a italianada reunida no Bar Astoria desandava a lamentar os estragos do fascismo na amada Itália e a falar de política no Brasil, terra que os acolheu:
“Não me falem desse assunto, caspita. Primeiro porque não gosto. Depois, porque é inútil”.
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Enfim…
Hoje, não faço coro ao Armando mesmo preferindo escrever sobre outros temas.
Só queria compartilhar com os amigos leitores minhas preocupações.
É fundamental escolhermos o melhor presidente.
Ponto, parágrafo.
Mas, é igualmente importante – e vital – que saibamos escolher nossos deputados e senadores.
O povo não pode e não deve reverenciar seus algozes.
Vai ser pior para o país, caspita.
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O que você acha?