Foto: Arquivo Pessoal
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“Éramos o que se dizia então ‘moleques de rua’.
Cambuci, bairro operário paulistano. Virada dos anos 50 para a fumegante década de 60.
A molecada se dividia em times de futebol a representar as ruas e as quebradas onde morávamos.
Éramos, eu e os meus, os ‘encrencas’ da rua Muniz de Souza.
Tínhamos entre nove e doze anos.
Aprontávamos bem.
Dentro dos conformes da idade e do que nos era (quase sempre) permitido.“
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Meus claros e preclaros,
permitam-me hoje apenas o raro dom do devaneio.
Afinal, diz a marchinha de carnaval das antigas:
“Recordar é viver”.
CLIQUE AQUI para ler a crônica “Moleques de Rua”.
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A causa:
Recupero a crônica antiga a lembrar meus tempos de menino de rua lá nas quebradas do bairro operário do Cambuci por um jutificado motivo. Tem um rasgo de nostalgia. ok. Tem sim. Mas, há também – e, creio, principalmente – o desejo incontido de resgatar algum dos sonhos que se perderam pelo caminho. Posso estar a dizer uma enorme bobagem e, vamos lá, concordo, eu as digo, em tom de prosa, quase todo o santo dia. Mas, lhes confesso: bati os olhos no noticiário do dia, nas manchetes, nos ditos e nos feitos e desacreditei. Está difícil ter a tal da fé no futuro que se projeta em meio a tantas sombras e ameaças.
O que aconteceu com a gente?
Onde e quando, como Humanidade, perdemos a ternura, a sensibilidade e o magnânimo dom da FRATERNIDADE.
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TRILHA SONORA
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O que você acha?