Foto: Divulgação/ESPN Brasil
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Há na vida simetrias inesperadas.
Tomo a reflexão machadiana (em “Memorial de Aires”) para a devastadora segunda-feira de notícias que ontem tivemos.
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Das tantas e quantas – e merecidíssmas – reportagens que se fez sobre o falecimento do narrador e jornalista Paulo Soares, em uma delas houve o destaque: o Amigão almejava retornar ao posto de apresentador do Sportcenter do fim de noite, na ESPN Brasil, programa em que ele e o queridíssimo Antero Greco (1954/2024) fizeram história no jornalismo esportivo brasileiro.
Há tempos o Amigão estava afastado da TV para cuidar da saúde.
Mesmo assim, e apesar da inevitável tristeza pela ausência do amigo e parceiro, o Amigão cogitava firmemente em retomar o comando da atração.
Um imensurável gesto de amor ao ofício e ao público.
O jornalismo, meus caros e raros, está de luto.
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Falei acima em “simetrias inesperadas”.
Outra que me vem à lembrança desde ontem.
Pessoalmente, eu só os conhecia – a ele e ao Antero – de vista.
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Esses raros encontros se deram há muitos e muitos anos.
Eu os encontrava ao acaso na tribuna dos jornalistas do Pacaembu e meio a roda de jornalistas.
Antero era repórter de “O Estado de S.Paulo” e, não era raro, dividíamos o mesmo espaço, reservado à imprensa escrita.
Paulo Soares, que ainda não era o Amigão (apelido que – soube ontem também – recebeu do notável jornalista Osvaldo Pascoal) ficava conosco por ali nos arredores da tribuna, antes de entrar para as cabines de transmissão das rádios que também se situam próximas ao local.
Desconfio que eles mal se falavam, eram distantes, pouco se conheciam.
E, acreditem, me pareceram tímidos que só.
Decididamente a vida não é uma estrada em linha reta.
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Faço o registro/homenagem hoje pelo passamento do Paulo Soares e me é inevitável recordar, também com imensa saudade, do Anterito.
Pois é…
Escrevo e escrevo com o amargor de quem perde diletos companheiros de jornada.
Que o Senhor os tenha em sua imensa glória.
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O que você acha?