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A insensata declaração do governador

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Foto: Leila Rodrigues/Arquivo Pessoal

Os ocupantes de altos postos, especialmente em funções públicas, devem ter ciência de qual deva ser o seu comportamento enquanto estiverem no exercício de suas funções. É o que se chama de ‘liturgia do cargo’. Afinal de contas eles são representantes do povo, alçaram à condição de liderança por delegação popular. A representatividade demanda, portanto, compreensão da responsabilidade que carregam sobre os ombros. Precisam evitar exageros e posturas aéticas.”

(Rui Leitão)

Eis a insensata declaração do governador de todos os paulistas:

“No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola eu vou me preocupar… Ainda bem que não chegaram nesse ponto. Coca-Cola, até aqui, não. E a minha é normal”.

O governador Tarcísio de Freitas fez o comentário no transcorrer da entrevista coletiva, realizada ontem em São Paulo, que tratou justamente da disseminação dos casos de intoxicação por metanol em bebidas destiladas.

Leio que os secretários que o ladeavam na ocasião, Eleuses Paiva (da Saúde) e Fábio Prietro (da Justiça) ficaram, eles próprios, sem qualquer reação.

Pudera!

Mesmo eu(que não sou eleitor do Sr. Tarcísio) me surpreendi e lamentei tamanha falta de sensibilidade e empatia de um homem público com o drama que hoje, em todo o Brasil, afeta centenas de pessoas e muitas famílias.

Registre-se que São Paulo é o estado brasileiro, com maior número de ocorrências.

Até ontem, o país registrava, segundo o Ministério da Saúde, 17 casos confirmados de intoxicação por metanol. Ao todo, já se contabilizava 217 notificações relacionadas ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Desse total, 200 ocorrências ainda estão sob investigação.

Ainda na noite da segunda-feira, depois da descabida declaração do governador, registrou-se o terceiro óbito por envenamento por etanol das últimas semanas. Morreu Bruna Araújo, de 30 anos, que estava internada após consumir vodca com suco de pêssego em um show de música, aqui na minha cidade de São Bernardo do Campo.

Que o Senhor a guarde em glória e graças!

Que o Senhor conforte os familiares!

(Sem música, por hoje.)

1 Response
  • Bruno Roberto Padovano
    7, outubro, 2025

    Perfeito! É exatamente na hora da desgraça alheia que se apercebe a graça ou a imperdoável falta dela, de um homem público, seja qual for sua ideologia ou inclinação política. Sugiro a música “I’m a loser” dos Beatles.

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