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Um momento naquela estação onde o trem do Destino nunca chega

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Foto: O homem de bicicleta e a pichação na rua de uma cidade europeia/Arquivo Pessoal

Meus caros e preclaros,

tem dia que de noite é fogo, como disse sei-lá-quem – boleiro ou dirigente esportivo – há alguns longos anos e ainda hoje, a frase, eu a escuto para além dos deploráveis debates futebolísticos.

Para este modesto escriba que, quando muito foi um esforçado quarto-zagueiro em timecos da várzea paulistana, nos tempos em que existiam campos de terra batida espalhados pelos quatro cantos da cidade e ia-se na carroceria de um indomável e chacoalhante caminhão, de um bairro a outro, enfrentar um destemido adversário, mas, quase nunca inimigo…

Pois bem…

Para o Degas aqui, tem manhã que a coisa enrosca e, por mais que me esforce, haja paciência para seguir seguindo com os atos e os fatos da vida. Sejam quais forem e os são.

Hoje, acreditem, é uma das tais manhãs.

Sigo resignadamente, como faço diariamente, para frente do computador para a postagem do dia que, ao que tudo indica, já de manhã se fará noite “do dia que de noite é fogo”.

Ligo a engenhoca e espero que se abra a página à minha frente.

Demora alguns bons segundos para tal acontecer – e assim que acontece, em meu primeiro clique no ícone desejado, eis que a tela escurece outra vez.

Estranho.

Como assim?

Dou um tempo – e logo aparece um retângulo azul que se impõe em meio à escuridão, com o apaziguador aviso:

“Um momento”.

Aguardo, sou um homem paciente, assíduo e perseverante, como diz a letra de “Os Alquimistas” do Ben Jor, embora não execute ‘as regras herméticas’ para escrever as platitudes e tolices que diariamente escrevo.

Só que o “um momento” logo se torna um minuto e dois e três e assim ficamos por largo tempo eu e o computador, o computador e eu, a nos espreitar e divagar sobre o momento que se faz eterno (só porque o bendito estropício eletrônico deu de empacar justamente agora, travou travado).

Pois é…

Meus caros, raros e preclaros,

tanto a lhes dizer sobre o tudo e o nada da existência humana no Planeta Terra. Da fauna, da flora, das idas e vindas dos desesperançados, das torpes vilanias dos poderosos, dos salmos e das religiões, do isso, do aquilo e do aquele’outro…

Tanto a lhes dizer – e eu aqui parado, como se estivesse naquela estação onde o trem do Destino nunca chega.

Diante do impasse em que ora me encontro, não vejo outra alternativa.

E à mesma recorro despudorada e solenemente.

Vale tudo.

Afinal, o texto e a vida trancendem o momento.

Ou não?

(Se por acaso e suprema gentileza, o cordial amigo e a amável amiga estiverem lendo essas engasgadas e trôpegas linhas, agradeçam à solidariedade única e de mil e uma utilidades do meu singelo e prestativo celular que, tal aquela palhinha de limpar louças e panelas, não se fez de rogado e me salvou do imprevisto apuro.)

TRILHA SONORA

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