E lá se foi Lô Borges…

Foto: Bárbara Dutra/Divulgação

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E lá se vai mais um dia

E basta contar com passo
E basta contar consigo que a chama não tem pavio
De tudo se faz canção e o coração na curva de um rio

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E lá se foi Lô Borges.

Cantor, compositor, músico.

Um dos fundadores (diria até, o principal idealizador) do Clube da Esquina, o grupo de amigos e parceiros que, quase ao acaso, em meio às angústias, sonhos e inspiração próprias à juventude e à prosódia lírica das Minas Gerais, foi responsável por um álbum histórico, homônimo, lançado em 1972 e ainda hoje festejado e ouvido e aclamado…

Sim, é possível dizer que a música popular brasileira nunca mais foi a mesma.

Que a turminha marcou os anos 70, incandescentes e pertubardores, como nenhum outro movimento cultural em Terras Brasilis.

Que Milton Nascimento, 10 anos mais velho que os garotos Lô e Beto Guedes, deu rosto e voz ao grupo – e se fez, por mérito único, seu principal nome.

Que Fernando Brant era o poeta, de versos encantados e encantadores.

Que Toninho Horta, Wagner Tiso, Beto Guedes, Flávio Venturini, Nélson Angelo, o irmão Márcio e, vez ou outra, o percussionista Naná Vasconcelos, entre outros, encorparam a luminosidade criativa do afamado Clube da Esquina.

Sim, é possível dizer…

Mas, se faz necessário acrescentar que o principal articulador dessas ações poéticas e musicais foi o inquieto Lô Borges.

Uma inestimável perda.

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Salomão Borges Filho morreu na noite deste domingo, dia 2. Tinha 73 anos – e vivia um momento bem produtivo da carreira. Fez sete álbuns de músicas inéditas nos últimos sete anos. O que é raro para os dias de hoje. Em agosto último lançou o seu mais recente trabalho, o disco “Céu de Giz”, em parceria com Zeca Baleiro.

“Lô nos deixará um vazio e uma saudade enormes” – lamentou o amigo e parceiro Milton Nascimento.

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Um pouco da história de Lô Borges:

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TRILHA SONORA

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