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A ameaça

As manifestações populares, convocadas por redes sociais, voltaram à cena após o fenômeno da chamada Primavera Árabe.

O mundo nunca mais foi o mesmo.

Lutou-se ali pelo fim de regimes ditatoriais, e inescrupulosos. Em triste desarmonia com os novos tempos de tantos e tamanhos avanços.

Agora, na Turquia, há um movimento de cidadãos que defende a preservação de parque público. Em seu lugar, o Governo, sem consultar a população, resolveu destruí-lo para dar vazão ao desenvolvimento urbano.

Também, via web, os usuários organizaram-se e foram às ruas, e foram rechaçados com truculência pelas forças policiais. Cenas da truculência percorreram o mundo a denunciar o descalabro da ação.

O que era um alerta em prol do meio-ambiente tornou-se uma causa política.

Luta-se agora na Turquia – que é um país democrático – por uma causa nobre: fazer com que a sociedade tenha voz e vez.

Um movimento social que se assemelha mais ao histórico maio de 68 nas ruas de Paris do que às ruidosas marchas da Primavera Árabe.

Querem legitimar a democracia como uma manifestação verdadeiramente representativa dos anseios populares.

Ontem em São Paulo, na avenida de todos os paulistas, houve uma marcha de protesto contra o aumento das tarifas dos transportes públicos. Um causa mais do que justa. Que perdeu sua legitimidade ao enveredar pelo tumulto, a depredação, o caos.

Mais grave ainda foi a ameaça: amanhã (hoje) tem mais.

Deixo para vocês um questionamento que me assombra desde ontem. Passei pela Paulista por volta das 23 horas e vi o triste cenário posterior à manifestação:

Melhorar nosso País, nossa tenra democracia, passa por essas cenas de vandalismo e barbárie?

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