Foto: painel debochado em muro de cidade italiana/Arquivo Pessoal
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“Que o Brasil não se vergue diante dos arreganhos de Trump, de Bolsonaro e de seus associados liberticidas. E que aqueles que são verdadeiramente brasileiros, seja qual for o partido em que militam, não se permitam ser sabujos de um presidente americano que envergonha os ideais da democracia.”
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Historicamente o mais conservador jornal brasileiro, defensor irredutível do ideário do liberal democrático, paulista de circulação nacional, O Estado de S.Paulo, trouxe um forte editorial sobre a carta que o presidente americano, Donald Trump, enviou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva informando-o do tarifaço de 50 por cento para todos os produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
O editorial tem como título: Coisas de Mafiosos.
“Não há outra conclusão dessa mixórdia: trata-se de coisa de mafiosos. Trump usa a ameaça de impor tarifas comerciais ao Brasil para obrigar o País a se render às suas absurdas exigências”.
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Assino e dou fé.
Diga-se também que, de forma ampla – e igualmente contundente –, a imprensa brasileira repercutiu a bombástica notícia em defesa da soberania do País e da atuação das instituições brasileiras, em especial o Executivo e o Judiciário, citados pelo megalomaníaco presidente americano.
Faço questão, no entanto, de ressaltar a postura do jornal dos Mesquitas exatamente por não ser um defensor do governo Lula. Diria até que ideologicamente há grandes e intransponíveis diferenças entre um e outro.
Mesmo assim, e nesta hora limite, em que se joga claramente o jogo das eleições de 2026, o jornal toma uma postura de independência e retidão com os interesses da Nação.
(No meu tempo de grupo escolar, aprendia-se a escrever Nação com N em letra maiúscula quando nos referíamos ao Brasil. Não sei se ainda hoje é assim. Mas, dado a relevância da hora está valendo.)
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Em outro trecho, o editorial ressalta:
“Antes de mais nada, os EUA têm um robusto superávit comercial com o Brasil. Ou seja, Trump mentiu descaradamente na carta para justificar a medida drástica.”
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Sigamos com o texto.
Gostei mesmo de um trecho mais à frente quando O Estadão põe os devidos pingos nos is:
“Esse espantoso episódio serve para demonstrar, como se houvesse ainda alguma dúvida, o caráter absolutamente daninho do trumpismo e, por tabela, do bolsonarismo. Para esses movimentos, os interesses dos EUA e do Brasil são confundidos com os interesses particulares de Trump e de Bolsonaro. Não se trata de “América em primeiro lugar” nem de “Brasil acima de tudo”, e sim dos caprichos e ambições pessoais desses irresponsáveis.”
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Sobrou especialmente para o governador de São Paulo uma referência direta:
“Vestir o boné de Trump, hoje significa alinhar-se a um troglodita que pode causar imensos danos à economia brasileira. Caso Trump leve adiante sua ameaça, Tarcísio e outros políticos embevecidos com o presidente americano terão dificuldade para se explicar com os setores produtivos afetados.”
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O editorial é preciso – e oportuno – a clamar pela união de todos os brasileiros contra a afronta.
Vale a leitura!
Mas, àqueles que não têm acesso à assinatura do jornal, creio que lhes passei a visão com este breve resumo.
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TRILHA SONORA
Como diz Márcio de Souza, fã de Raul Seixas:
“Mais atual do que o jornal de amanhã. Os homens passam, as músicas ficam. Toca Rauuuuuuuu!”
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O que você acha?