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A Era do Rádio e nós

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Foto: Cartaz do filme A Era do Rádio, de Woody Allen/Divulgação

Dá pra dizer que toco minha vida pelas canções que ouvi e ouço.

Há uma singela alegoria na afirmação.

Desconfio, no entanto, que eu não seja o único.

Será que os caríssimos leitores e as amáveis leitoras me entendem?

Não digo que seja assim com todos.

Mas, penso que seja assim ao menos com alguns/muitos dos meus contemporâneos.

Pertencemos à faixa dos setentinhas e setentões da Era do Rádio. Os nascidos dos anos 50.

O rádio era absoluto em nossas casas.

Havia noticiário, sim. Programas de humor, também. A narração do futebol e dos páreos do Jockey Club. Sim, quase me esqueci. Tinha as radionovelas das boas que faziam jorrar em lágrimas o sentimentalismo de nossas mães e tias e avós, Mas, o rádio, amigos e amigas mais giovanotti, era sobretudo e principalmente música. A música era a notícia. E a música de todos os gêneros, sem distinção, a qualquer hora do dia e boa parte da noite.

Daí, o hábito que tínhamos de viver com o rádio ligado o dia todo.

Daí minha – e dos meus – absoluta dependência das lindas canções.

Ouvíamos de tudo, sem preconceitos tolos.

Gostávamos de algumas mais do que de outras.

E a vida seguia sem grandes sustos, sem grandes luxos, mas, imprescindível, tínhamos nossa trilha sonora.

A trilha sonora de nossas vãs existências.

Hoje, em minha trôpega caminhada matinal, passou por mim um senhor assoviando uma linda canção do passado.

Forcei que forcei a memória para lembrar qual era a canção e quem a cantava…

Ainda estou em dúvida, acreditam?

Passei também a assoviá-la para não esquecê-la.

(Deveria ter lhe perguntado o nome da melodia, não?)

No lugar disso, me pus a pensar – que bobagem! – de que parte de nós vêm as canções que saímos por aí, por alguma razão, a assoviar ou mesmo a cantarolar, assim, do nada…

Do coração, da memória, da alma?

Alguém aí sabe?

TRILHA SONORA

Fico lhe devendo o devendamento do mistério sobre a melodia que o caminhante assoviava. Para compensar, trago-lhes outra canção que, vez ou outra, me aparece assim do nada, sem pedir licença, sem pedir passagem… E saio a cantarolar uma linda canção do passado distante.

Se tocou nas rádios?

Tocou, mas não foi lá um estrondoso sucesso.

Ainda nenhum comentário.

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