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A frase

“A vida se dá no exato momento em que acontece. ”

Ouço a frase em meio ao burburinho de vozes e sons de um movimentado shopping center paulistano.

Quase não acredito.

Quem seria o autor de tão belo pensamento?

Olho ao meu redor e vejo uma turma de garotos e garotas na faixa dos quinze, dezesseis anos em acalorada discussão sobre sei lá o motivo. Talvez a escolha do filme que assistirão logo mais, talvez um novo tipo de lanche que abocanharão, sem remorsos, na Praça de Alimentação.

Todos falam ao mesmo tempo.

Não sei quem escuta quem.

Tento encontrar o autor da frase – e não consigo.

Vestem-se do mesmo jeito. As meninas abusam do shortinho de jeans; os meninos, de camisetas e boné com a aba virada para trás.

Esbanjam energia e satisfação de estarem ali.

Não tenho dúvidas de que é o habitat natural da rapaziada.

(…)

A vida e o momento em que acontece…

Fico remoendo comigo mesmo a tirada do rapaz (a voz era a de um garoto). Será que se deu conta da pérola que soltou. Será que alguém ouviu, além de mim. Será que se deram conta da profundidade da assertiva.

Imagino que não.

Mas, não os condeno. Quem sou eu?

Estão livres, leves e soltos.

A bem da verdade, para eles, a vida está acontecendo em todo o esplendor.

Quem é dado a reflexões sobre a instantaneidade da existência são os filósofos, os angustiados e, naturalmente, a turma de RG baixo, em que me incluo, que já dobrou o Cabo da Boa Esperança.

Eita, expressão antiguinha também!

(…)

Para eles, que valham os versos da bela canção do saudoso Gonzaguinha:

“Viver e não ter a vergonha de ser feliz. ”

Para nós, cabe admirá-los como promessa de um mundo melhor e a lembrança de que, um dia, fomos iguaizinhos a eles…

*** Post de número 2995

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