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A moça e o filme

E aí, moça, tudo bem?

Tudo certo na sua vida?

Quantas pequenas grandes mentiras foram (são) necessárias para manter o sorriso nosso de cada dia?

Já me acostumei aos seus silêncios. Me soam tenebrosos, sabia?

Por isso insisto nas perguntas.

Até que ponto você embarcou nessa ‘roubada’ por puro deslumbre, medo de enfrentar as asperezas do caminho de seus legítimos anseios?

Não sei, não, moça…

Ser o que se é, eis o desafio.

Não é nada fácil encarar o espelho, todas as manhãs, sem remorsos. Por vezes, pinta o impulso de desistir de tudo e de todos.

Como sei de todas essas inquietações?

Hum… Vamos lá!

Não, minha cara, não andei lendo nenhum tratado de auto-ajuda. Também não fiz curso à distância e intensivo de ‘Salvador da Pátria’, menos ainda de ‘Oráculo das Multidões’.

Vou lhe contar. Apenas e tão somente acabo de assistir ao último de Woody Allen, o turbulento Blue Jasmine. Há quem diga que é a melhor das recentes produções do cineasta (que volta a filmar nos Estados Unidos). Eu ainda prefiro o encantamento de Meia Noite em Paris, embora a atuação de Cate Blanchett, como a atormentada socialite Jasmine, é notável. (Deverá estar entre as tais que concorrerão ao Oscar, seguramente).

Desde que saí do cinema, fiquei matutando o tanto de Jasmine que conheço e estão pela aí. Essas que fazem que vêm, mas não vêm e aí ficam em permanentes volteios em torno de si mesmo. Sabe aquele tipo que foram e são, sem nunca terem sido.

Pois então…

Quis escrever sobre elas, sobre você, sobre nós e todos, a partir da personagem atormentada que acabei de conhecer, já conhecendo.

Nada transcendental.

Há quem entenda como uma forma de dizer adeus!

Sei que, ao longo de boa parte dos 98 minutos da trama, a protagonista tenta nos convencer da legitimidade da célebre filosofia de botequim: “Quando as coisas não vão bem, basta olhar para o outro lado e fingir que nada de anormal está acontecendo”.

Não é bem assim.

O cineasta nos mostra isso, ele é um arguto observador das misérias humanas.

Veja o filme, moça, e se cuide.

Quem sabe um dia a gente se vê, e conversa sobre…