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A voz da alma

Temos conversado muito sobre versos e canções, neste nosso espaço.

Confere?

Como síndico do Blog, particularmente não vejo qualquer problema.

E você, caríssimo leitor?

Sou da turma que assina embaixo aquela frase que não sei qual ilustre personagem consagrou há muitos e muitos anos:

“Viver sem música seria um equívoco. ”

Sempre que posso, portanto, estou de antena ligada, ouvindo as belas canções do passado.

Gosto pra caramba!

Uma pela outra, fazem a trilha sonora da minha (das nossas) vida (s).

II.

Querem um exemplo para ilustrar?

Ainda hoje pela manhã, conversava com o amigo Paulo Ferreira e, do nada, ele interrompeu o que dizia e se pôs a cantar os versos de uma velha melodia do Roberto:

“Olha, você tem todas as coisas
Que um dia eu sonhei pra mim…”

Não foi além disso. Bastou as duas frases e já estávamos, silenciosamente, surfando nas lembranças que a melodia nos trouxe. Não houve jeito senão mudar o rumo do papo.

Passamos, então, a ruminar as emoções – são tantas! – que as canções do Roberto nos sugerem.

III.

Eu, por exemplo, entre 13 e 14/15 anos, era um ser jovemguardiano. Uma cópia mal-ajambrada do Roberto e do Erasmo. Uma brasa, mora!

Paulão é mais jovem. Já ouviu Roberto numa fase menos roqueira, mais romântica. Daí o comentário:

– Podem falar o que quiser do Roberto, mas todo mundo tem uma história embalada por alguma música do cara.

Faz todo o sentido.

IV.

Não sei se acontece com você?

Comigo é comum (e pelo que que vi com o Paulão também), vez ou outra, sem motivo aparente e detectável, sacar não sei de onde versos de uma dolente canção. Saio cantarolando baixinho ou assoviando a melodia como se quisesse dizer algo a mim mesmo – e não sei exatamente o quê.

Vá entender?

V.

Outro amigo – de quem ando saudoso, pois caiu no mundo e não deu mais notícias -, o Escova, tinha uma definição para o fenômeno.

Na velha redação de piso assoalhado e grandes janelões para a rua Bom Pastor, sempre que alguém dava uma derrapada dessas de sair uma cantando uma dessas composições do baú da memória, ele sacramentava em tom professoral:

– Vamos respeitar, gente! É a voz da alma que está se manifestando…

*** Post de número 2991

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