Foto: Nas ruas do Porto, tempos atrás/Foto: J.Veríssimo/Arquivo Pessoal
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Esqueci de lhes contar…
Noite de quarta-feira, arquibancadas do Allianz Parque, encontro um velho amigo, palestrino da cepa, como eu.
Quer dizer, ele me encontra.
É o PoucaCoisa que me saúda assim que me vê.
Eu, distraído que estava, tenho um sobressalto com a súbita aparição – e, mais ainda, com o escarcéu que o até então desconhecido faz:
“E aí, enfim um palmeirense da Velha Guarda! Tá confiante? Como você está?”.
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São alguns segundos de espanto, confesso. até que me dou conta que era o PoucaCoisa que, apesar do apelido dos tempos de juventude, de pouca coisa nada tem. Espalhafatoso que só.
Há zilhões de tempo que não o via.
Folgo em vê-lo – e tal lhe digo ainda na base do surpreso.
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Sobre os questionamentos que me faz, respondo que “sim, estou confiante, mas naquela confiança desconfiada que os palmeirenses bem conhecem”.
“Vamos passar” – concluo em tom assertivo, na medida do possível e que permitem as mazelas do futebol. Ainda mais diante do aguerrido onze argentino do River Plate.
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Bem, como os amigos sabem, vencemos por 3 a 1 e agora vamos para as semifinais na altitude e diante do imprevisível time da LDU equatoriana.
Mas, isto hoje, pleno sábado, já nos é de somenos importância.
Dou vivas ao encontro (quase trombada) com o PoucaCoisa que ainda me sai com esta:
“Sabia que o Abel Ferreira vai ser nome de estação do Metrô em São Paulo?”
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Saber, não sabia.
Mas, desconfo da conversinha.
Pouca coisa do que diz o PoucaCoisa, a experiência me ensina, podemos cravar real em 100 por cento.
“Jura? Não acredito” – respondo.
“Verdade verdadeira” – crava ele, com sorriso de orelha a orelha.
Será na Zona Leste, me esclarece, ainda dando asas à ironia.
“Imaginem a cara dos torcedores daquele outro time, embarcando na Estação Abel Ferreira. Vai ser divertido.”
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PoucaCoisa é assim, todo prosa. Lá vai ele envolvido por uma bandeira do Palmeiras, lpara outro setor do estádio, onde jura ter ‘cadeira cativa’, com nome em plaquinha, ao lado de mestres da redonda como Ademir da Guia e outras legendas.
“Pode comprar as passagens. Vamos para a final da Libertadores em Lima. Quer apostar?”
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Não, não aposto.
Deixo quieto o desafio.
Até porque o PoucaCoisa não é de apostar por pouca coisa.
O bendito apelido que ganhou na juventude fala por si.
Era um fanfarrão, e me parece: continua sendo.
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Santo e precioso celular!
Longe da mira do amigo, a sós, resolvo tirar a limpo a história do Metrô e do santo nome do técnico palmeirense.
A ideia me surge como descabida.
Mas, vai que…
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Pois então.
Feita consulta, dirimiram-se as dúvidas:
Haverá, sim, uma estação do Metrô com o nome de Abel Ferreira e, acreditem, na Zona Leste de Sampa.
Só que, para não perder o hábito, o PoucaCoisa errou, sem querer querendo, por pouca/muita coisa.
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Explico.
A futura Linha 16-Violeta do Metrô, que vai interligar a Oscar Freire à Cidade Tiradentes, terá uma de suas estações com o nome de…
VEREADOR ABEL FERREIRA.
Não é o nosso Abel.
É outro, pois pois.
Também português, trata-se de um político, nascido em 1906, que atuou na Câmara Municipal de São Paulo por 20 anos. Entre 1950 e 1970. Morreu em 1986 – e há inclusive uma avenida na Zona Leste, com este nome: Avenida Vereador Abel Ferreira.
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Querem mais?
Melhor consultar o sempre_vereador Almir Guimarães que é presidente emérito da Associação dos Ex-Vereadores de São Paulo, e tirem suas dúvidas.
Para este humilde escriba, as informações que tenho estão de bom tamanho.
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Quanto ao PoucaCoisa, quem sabe não o encontro no próximo jogo do Palestra e combino de irmos juntos assistir a final da Libertadores em Lima (se é que o Nosso Verdão chega lá).
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TRILHA SONORA
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O que você acha?