Leituras de um idiota

Foto: Arquivo Pessoal

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Sou um idiota.

Por favor, não lamentem.

Soube ontem.

Foi um Gênio(so) da Raça que assim definiu a quem, como eu, respeita o isolamento social.

(Tosco Gênio das Trevas, acrescento – e o desprezo.)

Continuo sem sair de casa.

Ou saio raramente, quando absolutamente necessário.

Com os cuidados devidos e protocolares, óbvio.

Exemplo:

Nesta semana – ou mais tardar, na outra -, como idiota aposentado que sou, terei de fazer a tal ‘prova de vida’.

Coisas do Brasil que apostou no retrocesso, e no negacionismo.

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Mas, não é este o assunto do dia.

Felizmente.

Quero responder ao Rafael que me faz três questionamentos.

A saber:

1 – Como andam as aulas na Universidade?

Saudades das aulas ou do Bar do Supra, Rafa?

(Brincadeira.)

Quem diria!

Você já se formou há mais de 15 anos!

Era da turma da Aline.

Rapaz, o que havia de Aline(s) naquele curso. Três ou quatro por sala.

Deixa pra lá.

Vou ficar lhe devendo essa: a quantas andam as aulas?

Há três anos estou fora das lides acadêmicas.

Não penso em voltar.

Minha contribuição (se é que houve alguma, diz aí?) está dada e encerrada.

O dito e o feito.

2 – Como andam as leituras tão recomendadas em sala? Quais os livros que ando lendo e quais os que hoje indicaria? 

Livre dos encargos profissionais e acadêmicos, interesso-me basicamente por obras literárias. Uma ou outra biografia, a mais recente foi a do Woody Allen (Globo Livros/2020). Um ou outro livrorreportagem,

Não me prendo a épocas e os perfis dos autores são diversos.

Terminei de ler O Diabo e Outros Contos, clássico da literatura russa de Liev Tolstói, na semana passada (numa edição caprichada da Cosac & Naif/2000) e agora leio Onde Andará Dulce Veiga?, do saudoso e contemporâneo Caio Fernando Abreu (Planeta De Agostini/1990).

Recomendar, recomendar…

Desconfio que não seja mais essa a minha praia.

Vai muito do momento, do estado de espírito e gosto do plebeu.

Um título relativamente atual que li e gostei foi Os Últimos Soldados da Guerra Fria – A história dos agentes secretos infiltrados por Cuba nas organizações de Extrema Direita nos Estados Unidos, de autoria de Fernando Morais (Companhia das Letras/2011).

Ganhou até uma versão no cinema, via Netflix.

Chama-se Wasp Network – Rede de Espiões, com o nosso Wagner Moura como um dos protagonistas.

3- Qual meu atual livro de cabeceira?

Não sei se entendi bem a pergunta.

Não tenho propriamente um “livro de cabeceira”.

Meus oráculos são mais os autores:

Rubem Braga, Carlos Heitor Cony, Quintana, Sabino… Cronistas, portanto – e, eventualmente alguns poetas: Bandeira, Drummond, Pessoa…

Três livros estão sempre por perto, especialmente quando empaco com as letrinhas aqui no Blog. São inspiradores, diria:

O Gesto, do publicitário e poeta Mauro Salles (Massao Ohno Editor/1993);

Livro dos Sonhos, Jorge Luis Borges (Círculo do Livro/1976);

 A Disciplina do Amor (Círculo do Livro/1980).

Curioso que os três títulos, eu os arrematei no sebo perto da casa de minha saudosa mãe, onde antes havia uma locadora de vídeos. Era manhã de um sábado qualquer naquele tempo em que éramos felizes e não sabíamos.

Grandes lembranças, cara.

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Satisfeito com a resposta, Rafa?

Ah! Para não deixar dúvida…

Talvez você queira saber qual o melhor livro que li ou o meu preferido.

Não sei dizer, não.

Sempre que termino a leitura e gosto, eu considero tal obra como a melhor de todos os tempos da última semana.

No entanto, guardo e cultivo um carinho muitíssimo especial pelo romance Quase Memória , de Carlos Heitor Cony (Objetiva/2006).

Uma homenagem sensível e lúdica que Cony faz ao pai, o também jornalista Ernesto Cony.

Selecionei AQUI um trecho do livro para que você e os amáveis leitores tenham uma breve mostra.

Abraços candidamente idiotizados, posto que virtuais; porém sinceros.

Inté!

Se cuida, garoto! Já fez 40?

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