Meus cinco ou seis leitores certamente já perceberam. Ando um tanto desmotivado para o dia-a-dia do blog. Imagino que possa ser coisa momentânea, natural para quem, como eu, está prestes a completar três anos de lida.
As histórias rareiam – e o desafio da tela em branco, que antes era prazeroso, torna-se, eu diria, quase desesperador. Porque o tic-tac do relógio é inevitável e o compromisso de escrever torna-se cada vez mais urgente.
Busco nos jornais – como me ensinou o grande Tonico Marques – inspiração para o tema do dia: a morte do dramaturgo Augusto Boal, a entrevista de Barak Obama em O Estado de hoje, a tal gripe suína (ou seja lá o nome que tiver), o Corinthians campeão…
Sinceramente, não consigo ir além de brevíssimas linhas para cada um deles.
Boal é uma perda imensurável para um País como o nosso, ainda em busca de sua identidade cultural. Noto, porém e tristemente, como o seu Teatro do Oprimido anda distante de nossa gente, sufocado por outras pseudas manifestações artísticas.
Barak, este, sim, é o cara. Em duas páginas de entrevista a David Leonhardt, do The New Yorker Times Magazine, que O Estado de S. Paulo publica hoje, o presidente americano aposta no novo – e diz: “Precisamos mudar se quisermos nos manter como líderes globais”. Falou e disse.
Aos olhos de especialistas, a mídia mundial fez (e continua fazendo) muito barulho sobre a tal pandemia de gripe dita suína. Nesses casos, melhor exagerar do que omitir. Sim que, nessas ocasiões, sempre me lembro da recomendação que as autoridades de Saúde fizeram a nós, repórteres, que cobríamos o surto de meningite em São Paulo em 75/76. Pediram que divulgássemos os índices da doença sem alarde para não causar pânico junto à população e assim levar gente sem a doença a procurar os postos de atendimento e comprometer ainda mais o nosso já comprometido sistema de saúde.
Alguns reclamaram de censura, mas no fim prevaleceu o bom-senso de ambos os lados.
Quanto ao jogo do Corinthians, melhor assisti-lo que já se faz hora…
*Foto no blog: Caio Kenji