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Carta ao amigo Nestor

O amigo Nestor, que mora na Bélgica, quer notícias do Brasil.

Nestor é um amigo de infância que acompanhou o pai e a família para o exílio em meados dos anos 60. O Sr. Nestor era sindicalista e foi perseguido pelos ditadores de então. Conseguiu furar o cerco e se mandar. Passou por diversos países e o amigo Nestor nunca mais deu as caras por aqui. Fui reencontrá-lo há uns dois anos em Lisboa, depois de trocarmos algumas mensagens, via redes sociais.

Já escrevi sobre ele várias vezes aqui no Blog [“O amigo Nestor”, em 19 de abril de 2015] mas achei de bom tom refazer essa breve apresentação dada à audiência rotativa do Blog [tô me achando, né?].

Enfim…

Voltemos à pauta do dia.

Nestor quer saber:

1 – do “confronto” entre Moro e Lula, programado para hoje em Curitiba;

2- se FHC disse mesmo que Dória e Luciano Hulk como potenciais candidatos à presidente da
República;

3 – se é verdade que o presidente ilegítimo se acha um ungido de Deus para fazer as reformas que o País precisa;

4 – se há uma guerra civil em andamento no Rio de Janeiro, comparável à da Síria;

Segundo o amigo, pinçou os fatos do noticiário internacional, sempre lacônico e “ladeira abaixo” quando se trata do Brasil. E está desacreditando…

“E o povo, não diz nada. Não faz nada? ” – pergunta.

Bem se vê que o amigo anda longe do Brasil – e faz tempo.

Radicalizo na resposta.

Digo a ele que hoje vivemos um aparthaid à moda brasileira. Há um ódio permanente e radical entre os que pensam de um jeito e os que pensam de outro.

A partir daí, fica difícil dizer se há um povo, uma nação.

Esse teor divisionista e infecundo é devidamente insuflado pelos meios de comunicação tradicionais, mas explode e arrebenta mesmo nas redes sociais, onde os embates são mais contundentes e insanos.

A queda de braço entre Moro e Lula será mais um capítulo desta batalha que só vai açodar as diferenças e os conflitos.

Quanto à fala do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, fui conferir – e o que ele disse é que, no cenário das eleições de 2018, Doria e Hulk pode simbolizar o novo. A se lastimar… Mas, revelador quando se olha para o descrédito que a classe política hoje ostenta.

Quanto aos devaneios do presidente ilegítimo, nenhuma surpresa. Surpreso mesmo eu fico com os coleguinhas de Imprensa que levam a sério e dão peso de verdade a essas declarações.

(Há raras e honrosas exceções, claro. Infelizmente, de pouco alcance.)

Termino dizendo que o Rio de Janeiro continua lindo. Mas, a cidade é um barril de pólvora por causa da briga das diversas facções do crime organizado em busca de novos territórios.

Aliás, essa disputa, amigo Nestor, lamento informar, permeia todo o território brasileiro.

Ruim dizer tudo isso a você. Mas, é o que temos para hoje…

Infelizmente, o tal do País do Futuro anda em cacos.

Abraços fraternos.
rodolfo

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