"O povo pobre faz da arte história" (Max de Castro)
01. É intrigante o oficio do jornalista. Às vezes, a notícia nos escapa por entre as mãos. Se por um motivo ou outro não escrevemos sobre aquele fato naquele dia, babau… Foi-se. Não há uma segunda chance e, se insistirmos, não será mais jornalismo. Pode ser qualquer coisa. Memória, enciclopédia, contextualização do fato. Mas, jornalismo não é…
02. Esta semana, por exemplo, é típica. Gostaria de falar de um tanto de coisas que rolaram. Mas, como? Cadê o espaço? Tentemos, pois. Ágil e objetivo como o drible do Robinho…
03. Queria realçar a importância do vereador Osvaldo Giannotti, que faleceu semana passada, como um político conciliador que sempre defendeu os interesses do Ipiranga na tribuna da Câmara Municipal e durante os seus mais de 50 anos de vida pública. Foi um administrador regional que delegava poderes — um dos raros — e um secretário municipal que privilegiou o social. Perde o Ipiranga. Perdemos todos nós, como enfatizou o vereador Domingos Dissei, que substitui Giannotti como representante do bairro na vereança.
04. Outro assunto tão em pauta na semana: os juros. Essa discussão dentro e fora do Governo Lula sobre aumento ou não aumento da taxa dos juros. Economistas, analistas políticos, jornalistas econômicos, políticos de todas as matizes soltam o verbo na polêmica decisão do Banco Central. Até o vice-presidente José Alencar fez crítica contundente em defesa da necessidade de uma queda da taxa dos juros. Falta competência ao pessoal do BC, disse.
05. É uma discussão e tanto. Sempre que ouço um economista lembro a frase do Velho Guerreiro Chacrinha. Não vim para solucionar. Vim para complicar. O que até o governo passado era solução e conquista — estabilização da moeda, controle da inflação, baixa do dólar, etc — agora é fator de preocupação. Se houver uma deflação — ou seja, os preços baixarem –, são inevitáveis a recessão econômica e o desemprego, dizem alguns notáveis para espanto de toda a sociedade. Que, diga-se sempre ouviu o contrário e hoje não sabe em quem acreditar.
06. Pretendia também falar das reformas, tributária e da Previdência. Dos dissidentes do Partido dos Trabalhadores e do fim da "lula-de-mel"entre os conservadores e o presidente. O cerco se fecha e as críticas dos lobos em pele de cordeiro democratas estão mais freqüentes. Pretendia, mas não vai dar oespaço está acabando…
07. Duas observações rápidas. Por reforma tributária, o povão quer ouvir "baixar impostos". Da Previdência, espera-se o fim das discrepâncias salariais e segurança de uma vida digna na velhice.