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Cony e o Golpe de 64

“Posto em sossego por uma cirurgia e suas complicações, eis que o sossego subitamente se transforma em desassossego: minha filha surge esbaforida dizendo que há revolução na rua.”

Assim o jornalista Carlos Heitor Cony deu início à sua crônica “Da Salvação da Pátria”, escrita em 1º de abril de 1964, tida e havida por alguns historiadores como a primeira manifestação de resistência ao regime militar, prestes a se instalar no Poder. O texto foi publicado no jornal Correio da Manhã que, dias antes, houvera publicado dois editoriais – "Basta" e "Fora" – com severas críticas ao então presidente Jango Goulart.

A partir do recado da filha, Cony se dispõe a dar um giro por Copacabana para comprovar o que estava efetivamente acontecendo. Havia rumores de que haveria a tomada do Forte. Já na rua, Cony encontra o amigo e poeta Carlos Drummond de Andrade a caminhar com o mesmo propósito.

O texto narra perplexidade diante de todos diante dos fatos.

Vale conferir no original.

Cony foi um dos mais ácidos críticos do Golpe Militar mesmo se dizendo, por convicção, “um anarquista inocente que só faz mal a si próprio”.

Nos primeiros anos do regime, o jornalista foi preso seis vezes.

Algumas obras de Cony abordam com propriedade o Golpe de 64, em textos originais.

A saber:

• Da Arte de Falar Mal
• O Ato e o Fato
• A Revolução dos Caranguejos

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