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Última parada: Palermo

Palermo é maior cidade da Sicília; não é propriamente a mais bela.

Mas, reconheço, tem lá seus encantos: o Duomo, o Palácio Real, as fontes da Praça dos Quatro Cantos e a vista para o Mediterrâneo, entre outros monumentos e cenários.

A capital da região siciliana conta hoje 700 mil habitantes e um ‘centro histórico’ bem agitado, especialmente no início da noite quando há grande movimento de turistas e moradores em suas ruas principais: a Via Maqueda e a Corso Vittorio Emanuele.

Escolhi hospedar-me por ali, próximo ao histórico Teatro Polyteama Garibaldi, para encerrar minha temporada em plagas italianas.

Não precisaria dizer, mas digo: adorei Palermo como, de resto, adoro todas as cidades da Velha Bota.

É coisa de oriundi, eu sei.

Mas, caspite, o que fazer?

II.

Antes que me perguntem, vou logo respondendo: não encontrei Dom Corleone e sua turma por lá. Embora a imagem de Marlon Brando, incorporando o mafioso, seja vista nas lojas de souvenires em forma de estátuas nos mais variados formatos e tamanhos.

Confesso que me controlei para não adquirir uma dessas lembrancinhas para minha coleção.

Dobrei-me ao que chamamos de ‘politicamente correto’

III.

Única ressalva de minha estada em Palermo (quatro dias, se diz estada ou estadia?) foi o fato de ser a etapa final das minhas andanças.

Não sei se acontece com você, mas comigo é inevitável: todo fim de viagem é aquele perrengue. Uma misto de tristeza/alegria. Um baixo astral danado acoplado à expectativa de voltar para o nosso Brasil brasileiro, o mulato isoneiro que, por mais que mal  falemos, tanto amamos.

Não contem comigo nesse dia.

Me sinto um traste (mais do que normalmente já sou).

IV.

Desta vez, em Palermo, não foi diferente.

Mas, penso que, modestamente, soube me portar com mais tranquilidade.

Partiríamos na manhã de domingo em voo que faria escalas em Roma e Madri. Uma jornada cansativa que só.

Resolvi então usar o sábado para ver o Mediterrâneo de um dos jardins beira-mar durante parte do dia e, à noite, deixei-me ficar num dos bancos da praça central em frente ao Polyteama. Só de olho na rapaziada que andava de lá pra cá, de cá pra lá.

Palermo é uma cidade de muitos povos e etnias.

V.

Confesso que foi uma escolha ao acaso. Que me fez muito bem.

Especialmente porque próximo de onde eu estava chegou um senhor (de aproximadamente 50 anos), com seu violão e potente equipamento de som, e logo se pôs a cantar antigos hits que marcaram os turbinados anos 70.

Músicas, eu diria sem medo de errar, que fizeram parte do cotidiano de ao menos duas gerações (a minha e a dele, o cantor), seja qual for o lugar do mundo que vivêssemos naqueles idos.

VI.

Não vou desfiar o repertório aqui – até porque este post já está bem grandinho -, mas lhes direi, amáveis cinco ou seis leitores, que o ponto alto se deu quando o bom homem cantou “You’ve Got Friend”, de Carol King que a voz de James Taylor consagrou mundialmente.

A dolente melodia me remeteu aos mais antigos dos anos. Eu tinha pouco mais de 20 de idade e os sonhos cabíveis às minhas ingenuidade e ambição.

Imaginem, amigos, que, à época, fosse o lugar que fosse, eu acalentava a ilusão de ser feliz o tempo todo, todo o tempo…

Doce engano.

Doce canção…

 

*(foto: Palermo/arquivo pessoal)
*(o vídeo é de 1971)

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