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Futebol, paixão e zoeira

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Inevitável.

Palmeiras fora do Campeonato Paulista (nem Paulistinha, nem Paulistão) e cá estou, desde domingo à noite, às voltas com as intermináveis zoeiras dos amigos.

Chega mesmo a lembrar meu tempo de garoto sardento –  e, desde sempre, apaixonado por futebol -, lá nos campinhos de terra batida no bairro operário do Cambuci.

Eram bate-bocas divertidos que acabavam no exato instante em que chegava a bola de capotão e o rachão tinha início e só terminava ao escurecer do dia.

Hoje, em tom de provocação, os malandros só querem me sacanear.

Perguntam, riso debochado no rosto, se fui ao jogo.

Sabem que sim.

Raramente perco uma partida no Allianz Parque.

Perguntam mais:

“Sofreu muito?”

E, na maldade camarada, se fazem cheios de preocupação:

“Cuidado com o coração, hein!”

Respondo que não chega a ser um sofrimento.

Mas, quando o time não vai bem, a gente se aborrece, fica casmurro, murcho, desabado, extravasa contra tudo e contra todos.

Doer-doer, não dói.

A não ser que falte um sei lá o quê na vida do Batuta travestido de torcedor, e o tal resolva buscar compensação no esporte.

O que, desconfio, não seja assim tão raro de acontecer nesses dias sombrios e turbulentos.

“Tempos odientos”, como disse o amigo Escova, em chamada de voz no zap, direto de uma cidadezinha da França onde o moço vive e se esconde desde o Golpe de 2016.

– Quero ser solidário à sua dor, enfatizou em tom de deboche.

Agradeci a atenção e também o texto de apresentação do meu novo livro Pela janela do mundo… Ou o mundo pela janela a ser publicado ainda neste ano.

Obrigadíssimo, irmão.

Feito o registro, com a reverência que merece, voltemos ao futebol, ao Palmeiras e aos palmeirenses que, como eu, amanheceram de cabeça inchada e ouviram poucas e boas na segundona chuvosa.

Tão cedo não teremos sossego, amigos palestrinos.

Mesmo assim, não engrosso o cordão dos descontentes.

Não era o que almejávamos.

Mas, também não é o fim dos tempos.

Tem muita bola pra rolar ainda neste ano.

Não vou ‘comprar’ o barulho das redes sociais que, por sua vez, assimilam e difundem o discurso de terra arrasada que se faz em alguns dos zilhões de debates e mesas redondas sobre futebol que se tem no rádio e na TV, manhã, tarde e noite.

A propósito me dei um sabático em relação a tais programas.

Tem gente demais nas bancadas.

Falam muito, falam muito!

Todos profundos conhecedores dos meandros do futebol aqui e no mundo; táticas, estratégias, sistemas de jogo etc.

Sabem tudo.

Nunca erram.

São absolutos no julgamento da obra pronta.

Tenho cá comigo que são tão torcedores como eu, como você. Com preferências e antipatias.

É bem provável que com mais antipatias do que preferências.

Vale pra jornalista, apresentador, ex-jogador, ex-técnico, pra quem se imagina tudo isso e pra quem sabe que não é nada disso…

Ademais, é como escrevi dia desses:

Opinião em futebol é como orelha. De abano ou não, cada um que cuide e fique com as próprias.  Orelhas e opiniões.

Só uma pergunta que agora me ocorre:

“O amigo leitor acha que a Federação Paulista de Futebol gostaria de ver o Palmeiras campeão este ano, depois da patacoada que fizeram na final do campeonato passado?”

Enfim – e por fim…

Quarta tem Libertadores no Allianz – estarei lá.

Logo logo começa o Brasileiro e outras tantas competições.

Assim é se lhe parece, o Planeta Bola, único e apaixonante.

Fiquem agora com o palmeirense Simoninha e a pergunta que não se calou:

 

Foto: arquivo pessoal

 

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